Um apagão massivo inesperado deixou milhões de pessoas na Espanha e em Portugal sem eletricidade, causando caos generalizado no transporte público, comunicações e serviços essenciais. O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, garantiu que todas as medidas possíveis estão sendo tomadas para restabelecer a energia o mais rápido possível. A interrupção ocorreu por volta do meio-dia, afetando trens, metrôs, sinais de tráfego, caixas eletrônicos e redes de internet. Apesar dos desafios logísticos, 62% das subestações da Espanha foram reativadas até à noite, enquanto Portugal recuperou energia em 85 de suas 89 subestações. Autoridades investigam possíveis causas relacionadas a fenômenos atmosféricos incomuns.
No coração de um dia comum, uma falha elétrica súbita às 12h33 (hora local) mergulhou toda a Península Ibérica em escuridão. Em um cenário evocativo do grande apagão de 2003 nos Estados Unidos, cidadãos enfrentaram dificuldades inimagináveis: passageiros presos em trens paralisados, elevadores imobilizados, ruas silenciosas sem sinais de tráfego e supermercados aceitando apenas dinheiro. Na capital espanhola, Madri, o prefeito José Luis Martinez-Almeida pediu calma, instando os moradores a minimizar deslocamentos e permitir que equipes de emergência circulassem livremente. Durante horas, hospitais operaram com geradores, garantindo atendimento a casos críticos, enquanto transações bancárias enfrentavam interrupções.
O incidente, atribuído inicialmente por operadores portugueses a variações extremas de temperatura, levou a oscilações anômalas nas linhas de alta tensão, culminando em falhas de sincronização entre sistemas elétricos europeus interconectados. À medida que a noite avançava, autoridades espanholas relataram progresso significativo na restauração gradual da energia, com destaque para regiões como Andaluzia e Madrid. No entanto, desigualdades regionais permaneciam evidentes, com algumas áreas ainda sofrendo com menos de 15% de capacidade restabelecida.
A colaboração internacional foi vital; França e Marrocos enviaram eletricidade adicional para mitigar a escassez. O governo mobilizou forças policiais adicionais para garantir a segurança pública durante a crise noturna. Embora voos tenham sido relativamente pouco afetados, com apenas 344 cancelamentos entre 6.000 programados, o sistema ferroviário sofreu impactos severos, com cerca de 35.000 passageiros resgatados de trens paralisados.
Em Lisboa, a capital portuguesa, a situação não foi menos caótica. Passageiros evacuaram composições do metrô, enquanto caixas automáticos e sistemas de pagamento eletrônico ficaram inoperantes. Fornecedores de água alertaram sobre possíveis interrupções, resultando em filas em lojas para abastecer suprimentos básicos.
À medida que a luz retornava gradualmente em várias partes da região, multidões saudaram o momento com aplausos espontâneos, refletindo alívio coletivo.
Do ponto de vista de um jornalista ou leitor, este episódio serve como um lembrete poderoso da vulnerabilidade intrínseca das infraestruturas modernas. Mesmo em países altamente desenvolvidos, como Espanha e Portugal, eventos climáticos raros podem expor fragilidades sistêmicas, destacando a necessidade urgente de investimento em tecnologias resilientes e sistemas de backup mais robustos. Este apagão também realça a importância da cooperação internacional em crises energéticas, mostrando como apoio mútuo pode acelerar a recuperação. Além disso, a experiência reitera a indispensabilidade da eletricidade em nossa vida cotidiana, desde comunicações até serviços de saúde e transporte.