Um vídeo divulgado recentemente pela Sociedade Crescente Vermelho Palestino (PRCS) lança novas luzes sobre o incidente ocorrido em Rafah no mês passado, onde 15 paramédicos e trabalhadores de resgate palestinos foram mortos pelas forças israelenses. A filmagem, capturada por um celular antes da tragédia, contradiz a narrativa oficial apresentada pelo Exército de Defesa de Israel (IDF), que afirmou ter alvejado "veículos suspeitos". O ataque ocorreu em meio a uma ofensiva renovada pelas forças israelenses após o colapso de um cessar-fogo com o Hamas.
No sábado, a PRCS revelou as imagens gravadas por Rifat Radwan, um dos homens falecidos. O vídeo de quase sete minutos mostra ambulâncias claramente identificadas e um caminhão de bombeiros vermelho transitando à noite com uso de faróis e luzes de emergência piscando. A cena sugere que as equipes estavam realizando uma missão humanitária para socorrer colegas feridos anteriormente naquele dia. Durante a gravação, os veículos param próximo a outro que havia saído da estrada, quando repentinamente surgem disparos, seguidos por um corte abrupto do registro.
O exército israelense defendeu sua posição, afirmando que seus soldados não atacaram indiscriminadamente ambulâncias, mas sim reagiram a supostos "terroristas" aproximando-se em veículos sem autorização prévia para entrar na área e com luzes desligadas. Contudo, testemunhas humanitárias relataram evidências de abuso, incluindo a detenção e execução de pelo menos uma pessoa encontrada com as mãos amarradas.
A escalada de violência ocorreu em meio ao início de uma nova ofensiva militar israelense na região fronteiriça com o Egito. Representantes das Nações Unidas denunciaram que os trabalhadores humanitários foram alvejados individualmente, posteriormente sendo enterrados em uma vala comum. Além disso, um funcionário da Crescente Vermelho ainda permanece desaparecido.
A investigação sobre o incidente continua em andamento, com promessas de revisão detalhada de todas as evidências, incluindo o material divulgado pela PRCS. Enquanto isso, organizações internacionais pressionam por maior transparência e responsabilização pelos eventos ocorridos em Rafah, destacando a necessidade urgente de proteger civis e profissionais de ajuda humanitária em conflitos armados.