O Cardeal Vincent Nichols, figura máxima da Igreja Católica na Inglaterra e no País de Gales como Arcebispo de Westminster, está se preparando para participar de seu primeiro conclave papal. Em entrevista recente, Nichols expressou que a tarefa de escolher um novo papa é intimidadora, mas espera que os cardeais adotem um clima reflexivo ao reunir-se na Capela Sistina do Vaticano. Ele mencionou que, uma vez dentro da capela, as especulações externas e as divisões ideológicas desaparecerão, dando lugar a um momento de introspecção profunda.
Nichols, nomeado cardeal pelo Papa Francisco em 2014, faz parte do Colégio dos Cardeais mais diversificado da história da igreja. A maioria dos cardeais com direito a voto (os menores de 80 anos) foram nomeados por Francisco. Durante sua estadia em Roma antes do conclave, Nichols enfatizou a importância de ouvir as histórias uns dos outros. Ele mencionou encontros com cardeais de países como Ruanda e Mianmar, onde enfrentam desafios únicos como ditaduras militares e processos de reconciliação nacional.
Esses relatos, segundo Nichols, formam o mosaico da Igreja em todo o mundo. Além disso, ele reconheceu a necessidade de escutar sobreviventes de abusos sexuais na igreja. Nos últimos 20 anos, Nichols tem se encontrado regularmente com vítimas e defendido a entrada de especialistas externos para ajudar a igreja a lidar com essa questão. Embora não considere ser escolhido como o próximo líder da Igreja Católica, Nichols afirmou que aquele que for selecionado estará fazendo o maior sacrifício pessoal.
A vida privada do novo papa será completamente abolida, e ele nunca retornará à sua antiga rotina. Durante o conclave, os cardeais ficam totalmente isolados na Casa Santa Marta, acompanhados apenas pelas freiras que administram o local. Eles são cortados de todas as formas de comunicação com o exterior, incluindo televisão, rádio e celulares. Apesar de reconhecer que pode dispensar seus podcasts favoritos durante o período, Nichols brincou sobre possíveis dificuldades, como perder os resultados de jogos de futebol ou até mesmo usar seu celular como despertador.
O conclave geralmente dura entre dois ou três dias, embora possa continuar até que dois terços dos participantes concordem sobre o novo papa. Nichols disse que levou algumas camisas extras e meias adicionais, caso o processo seja mais longo do que o esperado.
Com sua experiência diversificada e sua perspectiva global, o Cardeal Vincent Nichols representa uma nova geração de líderes eclesiásticos que buscam unir diferentes vozes dentro da Igreja Católica. Seu papel no conclave promete contribuir significativamente para a escolha do próximo papa, enquanto reflete a rica tapeçaria cultural e espiritual que compõe a instituição.