O remake live action de Branca de Neve, dirigido por Marc Webb e lançado no Brasil em 20 de março, enfrenta uma série de debates acalorados que vão além da tela do cinema. A escolha das atrizes principais trouxe à tona questões raciais e políticas sensíveis, enquanto as decisões artísticas sobre os sete anões geraram discussões sobre representatividade. Além disso, o entrosamento entre as personagens e a qualidade dos efeitos visuais também têm sido alvo de críticas.
A atriz Rachel Zegler, de origem colombiana, foi selecionada para interpretar a protagonista, despertando reações negativas de grupos racistas. Seu posicionamento pró-Palestina e críticas ao governo de Donald Trump ampliaram ainda mais as controvérsias. Por outro lado, Gal Gadot, intérprete da Rainha Má, foi criticada por suas opiniões pró-Israel. No campo artístico, a decisão de retratar os anões como criaturas mágicas através de CGI também causou polêmica, especialmente por excluir atores com deficiência física desses papéis.
O elenco principal do filme tornou-se um reflexo direto das tensões políticas e sociais contemporâneas. A escolha de Rachel Zegler, conhecida por sua ascendência latina e posturas abertas em questões globais, provocou reações extremadas. Seus comentários nas redes sociais apoiando causas internacionais, incluindo a liberdade da Palestina, foram mal recebidos por parte do público, exacerbando divisões ideológicas. Similarmente, a contratação de Gal Gadot gerou descontentamento entre grupos que discordam de suas posições políticas.
O debate em torno das atrizes não se limita apenas às suas origens étnicas ou convicções pessoais, mas também reflete profundamente o contexto global atual. Zegler, desde sua ascensão no mundo do entretenimento, tem usado sua plataforma para abordar temas sociais relevantes, o que inevitavelmente atrai tanto admiradores quanto detratores. Em contrapartida, Gadot, reconhecida internacionalmente por seu papel em filmes de ação, enfrenta críticas por sua identificação com valores que contradizem movimentos de solidariedade internacional. Essa polarização evidencia como a indústria cinematográfica se tornou um palco para discursos políticos e sociais complexos.
No terreno artístico, o remake de Branca de Neve enfrenta questionamentos significativos relacionados à representação visual e narrativa. A decisão de transformar os icônicos sete anões em "criaturas mágicas" utilizando tecnologia CGI levantou preocupações sobre a exclusão de atores com deficiência física, grupo que tradicionalmente poderia se identificar com esses personagens. Este aspecto ressalta a importância de práticas inclusivas na produção cinematográfica moderna.
Ao optar por criar os anões exclusivamente através de efeitos especiais digitais, a Disney buscou evitar estereótipos associados ao passado do personagem, mas acabou sendo acusada de negligenciar oportunidades importantes de diversidade. Além disso, a interação entre as personagens humanas e os animais virtuais também tem sido analisada criticamente, com especialistas questionando a autenticidade emocional proporcionada pela tecnologia utilizada. Esses desafios revelam a complexidade envolvida em adaptar clássicos infantis para públicos mais exigentes, onde cada detalhe pode ser visto sob múltiplas perspectivas culturais e éticas.