O governo Trump está reduzindo significativamente os fundos destinados a museus e bibliotecas, com o objetivo declarado de promover valores tradicionais e evitar conteúdos considerados divisivos. Especialistas em sociologia, como Robyn Autry da MSNBC, têm destacado preocupações sobre as implicações racistas dessas decisões políticas, comparando-as ao comportamento nazista nos anos 30 na Alemanha. A recente ordem executiva visa especificamente instituições como a Smithsonian Institution e o Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana, que exibem conteúdos educativos sobre pseudociência racista. Além disso, o Instituto de Serviços de Museus e Bibliotecas (IMLS) enfrenta cortes drásticos que colocam em risco a sustentabilidade financeira de muitas bibliotecas estaduais.

Medidas Políticas Contra Instituições Culturais nos Estados Unidos

No início deste ano, em um movimento que lembra práticas históricas autoritárias, o governo Trump ordenou a redução drástica do financiamento para o Instituto de Serviços de Museus e Bibliotecas (IMLS). Este órgão, responsável por apoiar museus e bibliotecas em todo o país, teve seu orçamento drasticamente limitado após uma ordem executiva que exigiu sua "eliminação máxima". O ataque às humanidades e à educação pública ocorre paralelamente a críticas feitas por membros do governo contra exposições culturais que abordam temas sensíveis, como a pseudociência racista ou identidade cultural.

A decisão foi justificada oficialmente como necessária para garantir que os impostos sejam utilizados de forma eficiente, evitando iniciativas descritas como "anti-americanas". No entanto, especialistas argumentam que essa medida reflete um esforço para controlar instituições independentes que promovem diversidade de pensamento e crítica social. Durante o regime nazista, livros e obras de arte classificados como "não-alemães" foram publicamente destruídos ou expostos em mostras de propaganda, visando reforçar ideologias nacionalistas e raciais.

No contexto atual, a preocupação é que táticas econômicas estejam sendo usadas para silenciar vozes dissidentes dentro das artes e das ciências sociais, comprometendo o papel essencial dessas instituições na promoção do diálogo democrático e da compreensão mútua.

Em resposta aos cortes, representantes das agências estaduais de bibliotecas expressaram preocupação com a capacidade de continuar oferecendo serviços fundamentais sem o apoio financeiro anteriormente disponível através do IMLS. Sem alternativas claras apresentadas pelo governo, muitas instituições podem ser forçadas a encerrar suas operações ou modificar radicalmente seus programas educacionais.

As similaridades entre as ações do governo Trump e as estratégias nazistas dos anos 30 são evidentes, embora os métodos tenham mudado. Enquanto Hitler utilizava força bruta, Trump recorre à coerção econômica para moldar o panorama cultural norte-americano.

De um ponto de vista jornalístico, esta situação serve como um alerta sobre a importância de proteger espaços dedicados à liberdade de pensamento e expressão. As bibliotecas e museus desempenham um papel crucial na formação de cidadãos informados e críticos, capazes de questionar narrativas dominantes e construir uma sociedade mais inclusiva e resiliente. É fundamental que a população reconheça esse valor e defenda ativamente o financiamento e a autonomia dessas instituições.