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Crackdown Sobre Estudantes Internacionais Preocupa Instituições Acadêmicas
2025-04-04

Universidades americanas estão em alerta com uma nova abordagem do governo federal que visa expulsar estudantes estrangeiros do país, utilizando táticas pouco claras e justificativas vagas. A prática tem causado preocupação generalizada sobre o impacto na atração de talentos internacionais para os Estados Unidos. Estudantes cujos vistos foram revogados agora enfrentam ordens imediatas para deixar o território, diferentemente da prática anterior que permitia a permanência no país para conclusão dos estudos. Esse movimento tem levantado questões sobre violações legais e liberdade de expressão.

No Minnesota State University em Mankato, cinco estudantes internacionais viram seus vistos cancelados sem razões claras fornecidas pelas autoridades. O presidente da instituição, Edward Inch, descreveu o cenário como inquietante e sem precedentes. Um exemplo específico veio à tona quando um estudante turco foi detido após ser vinculado a infrações relacionadas a direção perigosa. Esses incidentes não são isolados; universidades por todo o país relataram casos similares, incluindo Arizona State, Cornell e a Universidade do Texas.

A mudança na estratégia de aplicação das regras tem sido percebida como mais rígida e menos comunicativa com as instituições acadêmicas. Anteriormente, as universidades eram informadas diretamente sobre alterações nos status de estudantes internacionais, mas agora parece haver um bypass nesse processo. Miriam Feldblum, especialista em educação superior e imigração, destaca que esta é uma prática incomum, onde estudantes estão sendo expulsos com maior rapidez e sem a possibilidade de manter sua residência legal enquanto concluem seus estudos.

N.C. State relatou dois casos envolvendo estudantes sauditas que deixaram o país após descobrir que seu status legal havia sido terminado. Philip Vasto, colega de quarto de um desses estudantes, afirmou que o jovem era apolítico e não participava de protestos contra a guerra em Gaza. Mesmo assim, ele teve seu status revogado sem explicação adequada. Outro caso notável ocorreu na Universidade do Texas, onde dois estudantes internacionais tiveram suas permissões rescindidas, baseando-se em verificações criminais retroativas.

O governo federal também está usando uma lei obscura para barrar indivíduos cuja presença pode ter "consequências graves adversas" para a política externa. Embora alguns casos estejam ligados a ativismo político, outros envolvem infrações menores como crimes de menor importância ou contravenções de trânsito. Michelle Mittelstadt, do Instituto de Política de Migração, sugere que essas medidas podem testar os direitos constitucionais dos estudantes conforme os casos avançam judicialmente.

A resposta das universidades tem sido de busca ativa por informações adicionais, muitas vezes entrevistando os próprios estudantes ou investigando redes sociais para identificar possíveis ligações com ativismo político. Apesar disso, ainda não há um padrão claro quanto aos alvos dessas ações governamentais. Fanta Aw, CEO da NAFSA, associação de educadores internacionais, ressalta a necessidade de reconhecer que os EUA não devem ser considerados automaticamente como o destino preferencial para mentes brilhantes ao redor do mundo.

Com essa nova postura do governo, as universidades americanas enfrentam incertezas significativas. A preocupação cresce com relação ao impacto dessas políticas na imagem internacional das instituições e na capacidade de atrair talentos globais. A situação atual sugere que as universidades precisam se adaptar rapidamente às mudanças impostas pelo ambiente político atual.

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