Um painel do tribunal de apelações da Carolina do Norte tomou uma decisão que pode anular os resultados da eleição para um assento na Suprema Corte do estado realizada em novembro. A decisão obriga dezenas de milhares de eleitores a confirmarem sua elegibilidade dentro de um prazo curto ou terem seus votos invalidados. Este caso, que tem desafiado os limites das disputas pós-eleitorais, favorece o juiz republicano Jefferson Griffin, que perdeu a eleição por uma margem estreita e questionou seu resultado. O argumento central apresentado por Griffin é que aproximadamente 65 mil pessoas que votaram não forneceram identificação válida no momento do registro. Apesar de haver evidências de que muitos desses eleitores realmente forneceram as informações necessárias, falhas técnicas impediram que esses dados fossem corretamente registrados.

O debate jurídico gira em torno da validade dos votos desses cidadãos, cujas inscrições são consideradas deficientes por motivos como mudanças de nome após casamento ou erros de digitação. Segundo Griffin, mesmo que essas inconsistências não sejam culpa dos próprios eleitores, elas levantam dúvidas sobre sua elegibilidade. Ele defende que os votos devem ser descartados a menos que os eleitores forneçam prova legítima de identidade dentro do período determinado pelo estado.

Dois magistrados republicanos, John Tyson e Fred Gore, emitiram a opinião majoritária no painel de três juízes, concordando com Griffin. Eles afirmam que até mesmo um único voto ilegal pode "desenfranquecer" eleitores legais. Na sentença, eles estabeleceram que os eleitores em questão devem ser notificados e terão um período de 15 dias úteis para corrigir suas inscrições defeituosas.

A decisão reacende debates sobre integridade eleitoral e direitos de voto, enquanto coloca pressão sobre os eleitores afetados para agirem rapidamente. Para Allison Riggs, adversária de Griffin e atual membro da Suprema Corte, a decisão representa mais do que uma simples disputa judicial — reflete tensões políticas amplas no estado.

A polêmica eleva questões cruciais sobre o equilíbrio entre garantir a integridade das eleições e proteger o acesso ao voto. Enquanto isso, a decisão do tribunal de apelações mantém incertezas sobre o futuro da composição da Suprema Corte da Carolina do Norte, impactando decisões futuras em áreas fundamentais como justiça social e política.