No contexto do julgamento envolvendo a morte de Diego Maradona, Gianinna, uma das filhas do lendário jogador, apresentou graves acusações contra o pessoal médico responsável por seu pai nos últimos momentos de vida. Durante um testemunho emocional de sete horas no tribunal, Gianinna revelou que sentiu-se excluída e mal informada pela equipe médica. Ela acredita que houve uma encenação deliberada para isolar Maradona em circunstâncias questionáveis, culminando na sua morte em novembro de 2020. Este caso levantou questões sobre a responsabilidade dos profissionais envolvidos e como decisões médicas podem ser influenciadas por fatores externos.
Gianinna descreveu detalhes chocantes sobre as condições em que viu seu pai pela última vez. Segundo ela, Maradona estava extremamente inchado, com uma aparência irreconhecível e voz alterada, indicando possíveis problemas relacionados ao tratamento recebido. Ela expressou dúvidas sobre a legitimidade das informações fornecidas pelos médicos, especialmente quando lhe disseram que tais sintomas eram normais após cirurgia. Além disso, mencionou reuniões tensas entre familiares e a equipe médica, onde promessas feitas inicialmente não foram cumpridas. Esses encontros demonstravam preocupações mais legais do que clínicas, sugerindo que o objetivo principal poderia ter sido proteger os profissionais envolvidos.
A imagem de Maradona no leito de morte deixou marcas profundas nos presentes no tribunal, especialmente durante a reprodução de gravações audiovisuais. Nessas reuniões, ficou evidente a falta de coordenação e transparência entre a equipe médica e a família. A psiquiatra Agustina Cosachov foi criticada por priorizar questões estratégicas jurídicas em vez de cuidar adequadamente do paciente. Isso gerou suspeitas de manipulação dentro da equipe médica, algo que Gianinna denunciou abertamente em seu depoimento.
O julgamento envolve sete profissionais de saúde acusados de negligência, incluindo o neurocirurgião Leopoldo Luque e outros especialistas que cuidaram de Maradona após uma intervenção cirúrgica. As acusações vão além da simples falha médica, implicando também na maneira como o ex-jogador foi tratado e acompanhado durante sua recuperação. Para muitos, este caso simboliza a complexidade das relações entre famílias, equipes médicas e interesses comerciais no campo da saúde.
O testemunho de Gianinna trouxe à luz a necessidade de maior clareza e integridade nas práticas médicas. Seu relato expôs falhas sistêmicas que podem ter contribuído para a perda prematura de um ícone esportivo global. Ao mesmo tempo, ressaltou a importância de garantir que pacientes e suas famílias sejam tratados com dignidade e transparência, evitando situações como aquelas descritas neste trágico episódio.