O caminho para registrar marcas no Brasil não é simples, especialmente quando duas personalidades públicas compartilham nomes semelhantes. Em 2015, Ludmilla tentou oficializar os registros de “Ludmilla” e “MC Ludmilla”. No entanto, quatro anos depois, em 2018, sua solicitação foi rejeitada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A razão? Uma marca anteriormente registrada por outra artista brasileira, Ludmillah Anjos, conhecida por seu trabalho na série "Encantado’s" da TV Globo.
A legislação brasileira prioriza quem registra primeiro, e, nesse caso, Ludmillah Anjos havia solicitado “La Ludmillah” em 2013, com aprovação ocorrida em 2016. Essa decisão judicial impactou diretamente Ludmilla, que viu seu sonho de exclusividade sobre seu nome artístico interrompido. Apesar disso, a cantora não desistiu de fortalecer sua presença no mercado, buscando alternativas criativas para garantir reconhecimento legal.
Frente à negativa do INPI, Ludmilla adotou uma abordagem multifacetada para proteger sua identidade profissional. Ela conseguiu registrar seu nome completo, “Ludmilla Oliveira da Silva”, além da expressão “Rainha da Favela”, amplamente utilizada em produtos associados à sua imagem. Essa estratégia permitiu que a artista mantivesse controle sobre aspectos importantes de sua carreira, mesmo sem o direito exclusivo ao nome artístico.
No entanto, nem todos os seus esforços foram bem-sucedidos. Tentativas adicionais de registrar novas expressões, como “Ludmilla in the house”, também encontraram resistência junto às autoridades competentes. Isso evidencia a complexidade do sistema de propriedade intelectual e a necessidade de soluções inovadoras para contornar essas limitações.
Atualmente, Ludmilla está focada em um novo projeto chamado “Numanice by Ludmilla”, que busca expandir sua influência tanto no entretenimento quanto na moda. Este título representa mais do que apenas um novo capítulo musical; ele simboliza uma oportunidade de conquistar reconhecimento em diferentes áreas da indústria cultural. O registro deste nome em duas categorias distintas — entretenimento e moda — poderia proporcionar à artista uma base sólida para futuros empreendimentos comerciais.
Este movimento estratégico reflete a visão empresarial de Ludmilla, que busca diversificar suas atividades além dos palcos. Ao consolidar sua presença em setores complementares, ela demonstra como é possível transformar obstáculos em oportunidades, reinventando-se constantemente no competitivo universo artístico.
O caso de Ludmilla ilustra claramente os desafios enfrentados por artistas contemporâneos na era digital. A propriedade intelectual tornou-se um campo crucial para proteger a identidade e os interesses financeiros de figuras públicas. Quando uma marca ou nome já está registrado, qualquer tentativa posterior pode ser inviabilizada, forçando criadores a repensarem suas estratégias.
No contexto global, exemplos semelhantes são frequentes, mostrando que a batalha pela propriedade artística vai muito além de questões jurídicas. Trata-se de uma questão estratégica que envolve branding, marketing e posicionamento no mercado. Ludmilla exemplifica essa luta ao adaptar-se às condições impostas e buscar maneiras de continuar crescendo, independentemente das barreiras legais.