O Benfica aplicou estratégias que podem ter repercussões disciplinares após a partida contra o Vitória de Guimarães. Ángel Di María e Florentino Luís receberam cartões amarelos nos minutos finais, os quais resultarão em suas ausências no jogo contra o Aves SAD. Essas advertências limparam seus registros para jogos subsequentes, incluindo o confronto crucial contra o Sporting. O caso levanta questões sobre possíveis infrações disciplinares previstas no regulamento da Liga Portugal e na Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Além disso, as declarações ambíguas do técnico Bruno Lage adicionaram mais complexidade ao assunto.
A situação atual remete ao incidente envolvendo Sergio Ramos em 2019, quando ele forçou um cartão amarelo na UEFA Champions League, resultando em uma suspensão ampliada. No contexto português, o Conselho de Disciplina tem autonomia para decidir se haverá sanções adicionais ou apenas ajustes financeiros às multas estipuladas.
No encontro frente ao Vitória de Guimarães, decisões táticas tomadas pelo treinador Bruno Lage foram centrais para o desfecho do jogo. Após a substituição de Ángel Di María devido a lesão, outro jogador, Florentino Luís, também recebeu um cartão amarelo nos minutos finais. Ambos ficarão ausentes na próxima rodada, mas isso garante a limpeza dos registros para compromissos futuros importantes. Apesar da vitória, essas escolhas geraram controvérsia sobre a legalidade das estratégias adotadas.
As declarações pós-jogo de Bruno Lage refletem uma combinação de transparência e evasividade. Inicialmente, ele mencionou que "tudo é estratégico", mas posteriormente negou qualquer intenção deliberada de provocar os cartões. Ainda assim, as palavras do técnico sugerem que ele estava consciente das consequências dessas ações. O cenário lembra casos anteriores onde atletas buscaram controlar seu acúmulo de cartões por meio de práticas questionáveis. Isso coloca o clube em uma posição delicada perante as autoridades disciplinares.
O regulamento da Liga Portugal oferece margem para interpretação em situações como esta. Segundo o artigo 53, circunstâncias como premeditação e combinação entre membros da equipe podem ser consideradas infrações graves. Embora não exista uma penalidade específica detalhada no documento, cabe ao Conselho de Disciplina decidir sobre possíveis aumentos de multas ou suspensões extras. Este processo pode variar dependendo do contexto e das evidências apresentadas.
Já o Regulamento Disciplinar da FPF traz regras mais claras em relação à prática intencional de faltas. O artigo 168º prevê punições que variam de uma a três partidas de suspensão para jogadores que propositalmente provocarem a exibição de cartões. Esse nível de especificidade contrasta com a abordagem mais genérica adotada pela Liga Portugal. O Benfica agora enfrenta a incerteza quanto às decisões que serão tomadas pelo Conselho de Disciplina, que analisará tanto as ações dos jogadores quanto as declarações públicas feitas pelo treinador. Caso seja confirmada a intenção de manipular o sistema disciplinar, o clube poderá sofrer sanções significativas.