A recente transferência de João Félix para o Al Nassr, clube saudita, embora signifique que o jogador não regressará ao Benfica, proporcionou um inesperado benefício financeiro para a equipa liderada por Rui Costa. Graças ao mecanismo de solidariedade da FIFA, o Benfica receberá uma fatia da quantia de 30 milhões de euros envolvida na transação, um valor que, apesar de não ser avultado, é um encaixe positivo para o clube, mitigando a desilusão de não ter o avançado de volta. Esta situação demonstra como as regras do futebol moderno podem trazer retornos financeiros a clubes formadores, mesmo quando os seus antigos talentos se movem em direções inesperadas.
No dia 27 de julho de 2025, a notícia da transferência de João Félix para o Al Nassr, a equipa de Jorge Jesus e Cristiano Ronaldo, agitou o mercado de transferências. O especialista Fabrizio Romano revelou que o acordo entre o clube saudita e o Chelsea prevê um pagamento fixo de 30 milhões de euros. Neste cenário, o Benfica, clube que acolheu Félix durante quatro temporadas (de 2015/16 a 2018/19), entre os 16 e os 19 anos, tem direito a 2% deste montante. Este valor, cerca de 600 mil euros, é garantido pelo mecanismo de solidariedade da FIFA, uma regra que destina uma percentagem das transferências aos clubes que participaram na formação de um jogador.
O Atlético de Madrid, que adquiriu Félix em 2019 por 126 milhões de euros, também receberá um valor similar. Além disso, o FC Porto, outro clube onde Félix passou parte da sua formação, também será beneficiado com esta movimentação, esperando um encaixe de 225 mil euros, sem contar o período em que o jogador representou o Padroense, o que somaria mais 75 mil euros.
A transação de João Félix para o Al Nassr é um espelho do futebol globalizado de hoje, onde o fluxo de talentos e capital transcende fronteiras e expectativas. Embora a ida de Félix para a Arábia Saudita possa ter surpreendido alguns, este movimento sublinha a crescente influência de ligas emergentes no cenário desportivo mundial. Para um clube como o Benfica, mesmo que a venda de um ex-jogador não traga o impacto desportivo desejado (como seria o seu regresso), a compensação financeira através do mecanismo de solidariedade é um lembrete valioso do investimento na formação de jovens promessas. Revela a importância de se manterem mecanismos que protejam e recompensem o trabalho dos clubes na base, garantindo que o desenvolvimento de talentos continue a ser uma prioridade. É um incentivo para que os clubes continuem a investir em jovens atletas, sabendo que, mesmo a longo prazo, esse investimento pode trazer frutos, mesmo que os caminhos dos jogadores se desviem das expectativas iniciais.