O mundo do futebol está atento a uma disputa jurídica que opõe o técnico português Bruno Lage ao empresário norte-americano John Textor. Segundo informações divulgadas pelo jornal inglês The Telegraph, Lage moveu um processo contra Textor no Supremo Tribunal inglês, reivindicando cerca de 7 milhões de euros. O motivo? Uma suposta quebra contratual relacionada à promessa de treinar o Crystal Palace ou o Lyon, clubes dos quais Textor é coproprietário. Este caso traz à tona questões sobre acordos verbais e escritos, bem como os compromissos assumidos por ambas as partes.
De acordo com documentos obtidos pelo The Telegraph, em janeiro de 2024, teria sido firmado um contrato entre Bruno Lage e John Textor no Brasil. Esse contrato estipulava que o treinador seria indicado para assumir o comando técnico de uma das equipes controladas por Textor, seja o Crystal Palace ou o Lyon. O acordo previa um vínculo de dois anos, com remuneração anual líquida de aproximadamente 2,75 milhões de euros. Contudo, essas condições não foram cumpridas, levando o técnico a recorrer aos tribunais britânicos.
Ainda mais intrigante é a cláusula inserida no documento, segundo a qual Lage deveria pagar uma multa de 3,2 milhões de euros caso aceitasse outro cargo fora dessas duas equipes durante o período mencionado. No entanto, tal cenário não ocorreu, já que ele só retornou às atividades profissionais em setembro de 2024, quando substituiu Roger Schmidt no Benfica.
No lado oposto da disputa, John Textor, através de sua empresa Eagle Football Holdings, negou qualquer irregularidade. Em comunicado oficial, a organização afirmou que considera infundados os argumentos apresentados por Lage e planeja contestar vigorosamente as alegações. Além disso, ressaltaram que o técnico deixou o Botafogo, um dos clubes pertencentes a Textor, o que poderia contradizer suas reclamações atuais.
O desenrolar deste litígio ganha ainda mais relevância no contexto atual do futebol europeu. Enquanto Bruno Lage busca consolidar seu legado no comando do Benfica, este episódio coloca sob escrutínio público os métodos de gestão adotados por John Textor nos clubes sob sua influência.
Com o caso agora nas mãos da Justiça inglesa, restará saber se o contrato alegado por Lage será reconhecido como válido e se Textor efetivamente descumpriu seus termos. Independentemente do desfecho, essa controvérsia marca mais um capítulo na interseção entre esportes e direito empresarial, gerando reflexões sobre práticas contratuais no universo do futebol.