A performance intitulada "Rota 69" não é apenas uma homenagem aos 45 anos de contribuição de Marina Lima para a música brasileira, mas também uma imersão no universo da artista, onde nostalgia e inovação coexistem harmoniosamente.
A escolha do nome "Rota 69" reflete profundamente a essência da apresentação. Inspirada na lendária estrada norte-americana Rota 66, símbolo de liberdade e aventura, o número 69 faz referência direta à idade que Marina completará em setembro deste ano. Essa conexão simbólica transporta o público para uma jornada pessoal e profissional da artista, revelando sua evolução ao longo das décadas.
Além disso, o título sugere uma viagem contínua, representando o compromisso de Marina em explorar novos horizontes musicais, mesmo após tantos anos de sucesso. A combinação de elementos históricos e autobiográficos torna o show ainda mais significativo para seus fãs.
O repertório do espetáculo foi cuidadosamente selecionado para atender tanto aos admiradores antigos quanto às novas gerações. Entre as canções icônicas que marcaram época, estão sucessos como "Me Chama", "Mesmo que Seja Eu" e "Virgem". Essas faixas, que já se tornaram clássicos da música brasileira, ganham novas roupagens sob a direção criativa de Candé Salles.
Outro destaque é a inclusão de composições autorais de Marina, como "Na Minha Mão" e "Acontecimentos", que reforçam sua habilidade como letrista e melódica. Além disso, a artista surpreende ao interpretar músicas contemporâneas, como "Lunch" de Billie Eilish, demonstrando sua versatilidade e adaptação ao cenário atual da indústria musical.
O show conta com uma banda talentosa que complementa perfeitamente a performance de Marina Lima. Arthur Kunz na bateria, Carol Mathias nos teclados, Giovanni Bizotto no violão e Gustavo Corsi na guitarra formam uma equipe que eleva ainda mais a qualidade sonora do evento. Cada instrumentista traz seu toque único, enriquecendo a experiência auditiva do público.
A interação entre os músicos cria uma atmosfera intimista, permitindo que o público sinta-se parte integrante da apresentação. Essa dinâmica é essencial para transmitir a mensagem emocional contida nas letras e melodias.
Vídeos exibidos no telão durante o espetáculo proporcionam uma dimensão visual que amplia o impacto das músicas executadas. Esses materiais audiovisuais são cuidadosamente sincronizados com as performances, criando um ambiente imersivo que cativa desde o início até o fim.
Outro ponto alto é a presença de poemas escritos por Antônio Cícero, irmão e parceiro musical de Marina. Esses textos poéticos adicionam uma camada literária à apresentação, honrando a influência que Cícero teve na vida e obra da artista. A combinação de música e poesia resulta em momentos memoráveis que ressoam profundamente com o público.
Desde o lançamento de seu primeiro álbum, "Simples Como Fogo", em 1979, Marina Lima tem sido uma voz pioneira em questões sociais e culturais. Sua abordagem corajosa de temas como o amor entre mulheres e o prazer sexual, evidenciada em músicas como "Sexo é bom" de 1985, consolidou sua posição como uma artista visionária em sua época.
Essa postura audaciosa continua sendo relevante hoje, inspirando novos artistas a explorarem suas próprias narrativas sem medo de desafiar convenções estabelecidas. O espetáculo "Rota 69" serve como uma plataforma para celebrar essa herança, destacando a importância de Marina na história da música brasileira.