O cinema brasileiro ganha destaque no exterior com a participação do filme "O Agente Secreto" na disputa pela Palma de Ouro no Festival de Cannes 2025. Sob a direção de Kleber Mendonça Filho, o longa é uma das 19 produções selecionadas para a competição principal do prestigiado evento cinematográfico. Estrelado por Wagner Moura, a trama se passa no Brasil de 1977, durante o regime militar, e narra a história de um professor universitário que foge de São Paulo para Recife em busca de segurança, mas encontra vigilância constante. A obra combina suspense e memórias emocionais, temas recorrentes nas produções de Mendonça Filho.
No cenário histórico de 1977, marcado pelo rigoroso controle político e social imposto pelo governo militar brasileiro, surge a figura de Marcelo, personagem interpretado por Wagner Moura. Este professor universitário especializado em tecnologia decide deixar São Paulo rumo ao Recife, onde espera encontrar refúgio. No entanto, sua jornada revela-se mais complicada do que imaginava, pois percebe ser monitorado constantemente. Essa narrativa repleta de tensão e emoção foi filmada entre junho e agosto de 2024 nas cidades de Recife e São Paulo. A produção internacional conta com colaborações significativas entre Brasil, França, Holanda e Alemanha, destacando o impacto global do projeto.
A presença do Brasil em Cannes não se limita apenas ao filme de Mendonça Filho. O país foi homenageado como País de Honra da edição de 2025, proporcionando uma série de eventos culturais que celebram a contribuição brasileira ao cinema mundial. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, participará ativamente do Marché du Film, fortalecendo laços com profissionais internacionais da indústria audiovisual.
Este é o terceiro trabalho de Kleber Mendonça Filho a competir em Cannes, seguindo os passos de "Aquarius" (2016) e "Bacurau" (2019), este último premiado com o Prêmio do Júri. Com previsão de lançamento no Brasil ainda em 2025, "O Agente Secreto" pode representar o país na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar de 2026.
Do ponto de vista de um jornalista ou crítico cinematográfico, esta obra representa muito mais do que uma simples revisitação ao período turbulento da ditadura militar brasileira. Ela serve como um reflexo sobre questões universais, como resistência frente às adversidades, preservação da identidade individual e coletiva, além da importância da memória histórica. Ao abordar esses temas profundamente humanos, "O Agente Secreto" tem potencial para conquistar tanto crítica quanto público, tornando-se um marco importante no panorama do cinema contemporâneo brasileiro.