As queixas frequentes sobre arbitragens têm marcado profundamente o cenário do futebol português. Desde tempos antigos, a expressão "Calimeros" foi cunhada para descrever aqueles que constantemente reclamam de decisões dos árbitros. Essa designação, originada por Miguel Sousa Tavares, aplica-se de maneira igualitária aos três grandes clubes nacionais, dependendo apenas do momento e da situação em que se encontram. A imagem remete à figura do pintainho sensível que protesta com expressões dramáticas, refletindo bem o comportamento de quem busca justiça nas quadras esportivas.

O panorama atual evidencia como essa prática permeia todas as camadas do futebol nacional. Os times menores também tentam adotar esse método de protesto, embora enfrentem limitações devido ao menor espaço na mídia. No entanto, a cultura vigente parece seguir o ditado popular: "quem não chora não mama". Esta mentalidade infantilizada, embora questionável, demonstra sua eficácia prática no mundo esportivo, mesmo que seja criticada por muitos. Além disso, a introdução do VAR trouxe novas dimensões ao debate, mas não eliminou os erros humanos, que continuam presentes devido à subjetividade inerente às decisões.

A tecnologia deve ser vista como uma ferramenta valiosa para melhorar a precisão das decisões, sem eliminar a essência humana do esporte. Mesmo com avanços significativos, os erros continuarão a ocorrer enquanto houver intervenção humana, e isso é parte do progresso da Humanidade. O mais preocupante é quando o ato de reclamar se transforma em um meio para obter vantagens injustas. É fundamental promover um ambiente onde o respeito mútuo e a aceitação das falhas como parte do jogo prevaleçam, levando o futebol a um patamar mais elevado de maturidade e integridade.