No último fim de semana, o ator e embaixador especial para Hollywood, Jon Voight, apresentou um ambicioso plano ao presidente Donald Trump com o objetivo de revitalizar a indústria do entretenimento norte-americana. O projeto inclui incentivos federais destinados a modernizar as instalações dos cinemas locais, mudanças no código tributário para atrair investimentos em filmes produzidos nos Estados Unidos e iniciativas de formação profissional. Essas medidas buscam aliviar os impactos econômicos sofridos pelo setor desde a pandemia e enfrentar o desafio da crescente disponibilidade de lançamentos online.
O encontro ocorreu no clube Mar-a-Lago, na Flórida, onde Voight foi acompanhado por Steven Paul, seu empresário, e Scott Karol, presidente da empresa de Paul. A proposta sugere benefícios fiscais para redes cinematográficas como AMC Entertainment Holdings, Cinemark Holdings e Marcus, que têm lutado contra dificuldades financeiras. Além disso, o plano contempla créditos fiscais para cineastas que coproduzirem filmes com empresas internacionais, desde que uma parte significativa das despesas seja realizada nos EUA.
Karol explicou em entrevista que "maus atores" – aqueles que transferem toda a produção para o exterior – poderiam ser taxados equivalentemente aos incentivos que recebem de países estrangeiros. Segundo Voight, Trump demonstrou entusiasmo com a ideia de tornar Hollywood grande novamente.
A repercussão foi imediata. No domingo à noite, Trump anunciou nas redes sociais sua intenção de impor tarifas de 100% sobre filmes produzidos fora dos EUA. Tal declaração gerou pânico no mercado, fazendo as ações das empresas de entretenimento despencarem na segunda-feira. Investidores questionaram quais tipos de filmes seriam afetados e como isso impactaria a lucratividade das produtoras.
O senador californiano Ben Allen declarou apoio ao plano, mas ressaltou que as tarifas devem incentivar produções domésticas sem punir excessivamente filmes estrangeiros. Ele enfatizou a necessidade de manter produções nos EUA, especialmente em Los Angeles, diante de incentivos oferecidos por outras jurisdições globais.
Na segunda-feira, Trump revelou que planeja reunir-se com executivos do setor para discutir detalhes do plano. Ele reiterou que o foco principal é a geração de empregos, garantindo que a indústria do entretenimento contribua positivamente para a economia nacional. Apesar das incertezas, o anúncio reflete um esforço contínuo para equilibrar interesses comerciais e protecionistas em um momento crítico para o setor.