No domingo, moradores de Mandalay correram desesperadamente por entre os escombros de edifícios desabados em busca de sobreviventes, enquanto tremores secundários abalaram a cidade devastada dois dias após um terremoto de magnitude 7.7 que deixou mais de 1.600 mortos no país e pelo menos 17 na Tailândia. O terremoto inicial foi seguido minutos depois por outro tremor de magnitude 6.7. A destruição generalizada afetou prédios, pontes e estradas, com grande parte da segunda maior cidade do país sendo severamente danificada.
O cenário em Mandalay é de caos e falta de recursos adequados para as operações de resgate. Grupos pequenos de residentes organizados por conta própria conduzem muitas das buscas, carecendo de equipamentos especializados. Um trabalhador humanitário relatou que várias pessoas permanecem presas sob os escombros sem que haja meios suficientes para retirá-las. Donos de estabelecimentos comerciais também se envolveram nas buscas, como Win Lwin, que vasculha os restos de um restaurante em sua vizinhança.
A situação se complica ainda mais com a possibilidade de o número de vítimas aumentar significativamente, dado o isolamento de algumas áreas afetadas e a precariedade das comunicações no estado militarizado. O governo militar de Mianmar fez um raro apelo internacional por ajuda, reconhecendo a gravidade da situação. Organizações internacionais começam a chegar ao país, incluindo equipes chinesas, indianas e singapurensas.
No lado tailandês, resgatistas lutam para salvar sobreviventes de um arranha-céu em construção que desabou em Bangcoc após o terremoto. Cerca de 83 pessoas continuavam desaparecidas no local, onde máquinas pesadas e cães farejadores são utilizados na busca.
As consequências deste desastre natural expõem ainda mais as vulnerabilidades de Mianmar, já profundamente afetado por uma guerra civil prolongada. A junta militar autorizou uma trégua parcial de duas semanas em regiões atingidas pelo terremoto, mas ataques aéreos continuaram mesmo após o evento catastrófico. Enquanto isso, organizações humanitárias alertam sobre a incapacidade do país de lidar com tal escala de destruição.
Embora a assistência internacional esteja começando a chegar, muitos habitantes de Mandalay e arredores ainda enfrentam dificuldades sem ajuda oficial à vista. Em Sagaing, próximo ao epicentro do terremoto, faltam eletricidade e água potável, exacerbando ainda mais o sofrimento da população local.
A resposta global à tragédia continua ganhando força, com equipes de vários países colaborando para minimizar os impactos do desastre. No entanto, desafios logísticos e infraestruturais persistem, especialmente em áreas remotas ou altamente afetadas pela guerra civil. A recuperação promete ser longa e complexa, exigindo cooperação internacional e esforços coordenados para garantir a segurança e bem-estar dos sobreviventes.