O Minas Tênis Clube, em sua jornada de quase nove décadas, inaugura um novo festival cultural. O evento, intitulado FESTA – Festival de Teatro e Artes, oferece ao público infantil uma experiência única com o espetáculo "O Monstro da Porta da Frente". Sob a direção de Kiko Marques, a peça explora temas como interação social e preservação urbana. Com elementos visuais marcantes e trilha sonora original, a história segue Laura, uma garota que utiliza filmes para conscientizar os moradores sobre o valor de seu bairro.

A Digna Coletivo Teatral, grupo conhecido por investigar as relações humanas no espaço urbano, apresenta este trabalho premiado. Reconhecido pela crítica, o espetáculo conquistou diversos prêmios em 2023 e continua levando importantes mensagens ao público. Além disso, o coletivo reafirma seu compromisso com o teatro como ato político, destacando a importância da interação entre artistas e espectadores.

Uma Narrativa Visual e Poética

Inspirado nas histórias de cinemas de bairros de São Paulo, "O Monstro da Porta da Frente" combina humor e criatividade para abordar questões sociais profundas. Por meio de recursos audiovisuais inovadores, a peça convida crianças e adultos a refletirem sobre o uso dos espaços urbanos. A protagonista Laura usa sua imaginação para transformar um galpão abandonado em um local de resistência cultural contra planos comerciais invasivos.

O impacto visual da produção é amplificado pela cuidadosa direção artística e pelos elementos musicais originais. A narrativa segue Laura enquanto ela descobre o potencial transformador de sua comunidade. Lanterninha, personagem enigmático que habita o antigo cinema, se torna aliado nessa missão. Juntos, eles produzem um filme que alerta os moradores sobre os perigos de perderem suas raízes culturais. Este processo poético não apenas encanta o público, mas também incentiva reflexões sobre pertencimento e identidade urbana. Através de gêneros cinematográficos variados e referências à sétima arte, o espetáculo cria uma atmosfera nostálgica e contemporânea, conectando passado e presente em harmonia.

Teatro Como Ativismo Social

O Coletivo A Digna Coletivo Teatral posiciona-se como agente de mudança social através de suas peças. Para eles, o teatro é mais do que entretenimento; é uma ferramenta poderosa para promover diálogos significativos. Em "O Monstro da Porta da Frente", essa abordagem manifesta-se na interação direta com o público, quebrando barreiras tradicionais entre palco e plateia.

Ao longo de seus 15 anos de pesquisa cênica contínua, o coletivo tem explorado temas complexos relacionados às dinâmicas urbanas e às conexões humanas. Seu compromisso com o engajamento social é evidenciado pelo sucesso crítico de "O Monstro da Porta da Frente", reconhecido por importantes prêmios. Além disso, o grupo expande sua influência com outras produções, como "E se fôssemos baleias?", indicado ao Prêmio Shell 2024. Esta abordagem holística destaca o papel essencial do teatro na formação de consciências e na construção de pontes entre diferentes realidades sociais.