O visual monocromático tem ganhado destaque nas discussões sobre moda e comportamento corporativo, especialmente após a exibição da novela "Vale Tudo", da TV Globo. A personagem Aldeíde, vivida por Karine Teles, rouba cenas com suas escolhas ousadas de vestuário em tons únicos, desafiando as convenções impostas pelo ambiente formal do escritório liderado por Marco Aurélio, papel de Alexandre Nero. Essas escolhas geram reações intensas no enredo, culminando em momentos memoráveis como o capítulo onde o empresário perde a paciência ao ver a secretária usando um look totalmente roxo. Além disso, especialistas comentam sobre a origem e o impacto dessa tendência fashion, que vai além das estações e se firma como uma opção prática e elegante.
No contexto da trama ambientada em um escritório tradicional, a personagem Aldeíde surge como uma revolucionária silenciosa, utilizando roupas em cores vibrantes e combinações monocromáticas para expressar sua personalidade dinâmica. Durante o inverno fictício retratado na novela, ela contrasta com o cinza predominante do espaço de trabalho, despertando tanto admiração quanto desconforto em seu chefe, Marco Aurélio. O figurino elaborado pela equipe liderada por Marie Salles reflete não apenas a época em que a história se passa, mas também a essência da protagonista secundária, cuja vitalidade é representada pelas tonalidades quentes que escolhe usar diariamente.
A consultora Carla Garan explica que o estilo monocromático remonta à Segunda Guerra Mundial, quando uniformes eram adaptados para ambientes civis, principalmente nos escritórios. Ela destaca que essa tendência oferece vantagens práticas, como criar uma aparência alongada e sofisticada, ideal para quem busca autoridade e respeito profissional. No entanto, a escolha de cores mais intensas pode causar reações negativas em contextos mais conservadores, como evidenciado na narrativa da novela.
Comentando sobre a relevância contemporânea do estilo, Carla menciona que ele transcende temporadas específicas e está firmemente arraigado na cultura moderna. Para ela, adotar o monocromatismo é mais do que seguir uma tendência; é uma forma de expressão pessoal que pode ser adaptada conforme o gosto individual.
Do ponto de vista de um leitor ou espectador, fica claro que o debate sobre moda no ambiente de trabalho não é apenas estético, mas cultural e social. A escolha de roupas monocromáticas, ainda que controversa em certos cenários, demonstra a importância da liberdade de expressão dentro dos limites profissionais. Afinal, como sugere a personagem Aldeíde, usar cores vivas não significa desrespeitar normas, mas sim reinterpretá-las de maneira criativa e autêntica.