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Novas Tarifas de Trump: Como elas Funcionam e Qual o Impacto?
2025-04-03

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, introduziu uma tarifa de 10% sobre bens importados da maioria dos países, com taxas ainda mais altas para aqueles que ele chama de "piores infratores". Essa decisão gerou questionamentos sobre como essas tarifas foram calculadas. O conceito básico envolve matemática simples: pegar o déficit comercial em bens com um país específico, dividi-lo pelo total de importações desse país e dividir novamente por dois. Esse cálculo resulta nas tarifas aplicadas, como 34% para a China e 20% para a União Europeia. No entanto, especialistas argumentam que essas tarifas não são recíprocas, nem consideram as barreiras comerciais existentes.

A formulação das tarifas baseia-se no objetivo de eliminar os déficits comerciais de bens entre os EUA e cada país afetado. Por exemplo, o cálculo com a China resultou em uma tarifa de 34%, enquanto com a União Europeia foi de 20%. Contudo, esses números não levam em conta fatores econômicos mais amplos. A administração Trump decidiu impor tarifas mesmo em países como o Reino Unido, onde os EUA não têm déficit comercial significativo. Mais de 100 países estão sob essa nova regra tarifária.

Trump defende que os Estados Unidos estão recebendo um tratamento injusto no comércio global, citando a entrada de produtos estrangeiros baratos nos mercados americanos, prejudicando empresas locais e empregos. Ele espera que as tarifas revitalizem a manufatura americana e protejam postos de trabalho. No entanto, economistas consultados pela BBC Verify afirmam que embora as tarifas possam reduzir os déficits bilaterais, elas não diminuirão o déficit comercial geral do país.

Especialistas explicam que o déficit comercial dos EUA não é apenas resultado de barreiras comerciais, mas também está ligado ao modo como a economia americana funciona. Os americanos gastam e investem mais do que ganham, criando um gap que leva à compra de mais produtos estrangeiros do que vendem. Assim, enquanto esse padrão persistir, o país continuará enfrentando déficits comerciais, independentemente das tarifas impostas aos parceiros globais.

Muitos economistas concordam que as novas tarifas podem ter impactos mais amplos que vão além da simples redução de déficits bilaterais. Thomas Sampson, da London School of Economics, ressalta que não há justificativa econômica para a abordagem adotada e que ela pode custar caro à economia global. Apesar disso, o futuro do comércio internacional permanece incerto, dependendo de como outras nações responderão às medidas americanas.

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