Embora o papa Francisco não tenha sido reconhecido por sua paixão pela moda, seu senso de estilo individual deixou uma marca significativa. Conhecido por vestes simples e sapatos pretos modestos, ele contrastava fortemente com seu antecessor, Bento XVI, que optava por adornos luxuosos. Este estilo minimalista atraiu atenção internacional, rendendo-lhe títulos como "Homem Mais Bem Vestido" e até mesmo a capa da Rolling Stone.
A simplicidade do traje de Francisco refletia uma abordagem mais prática e humilde ao papado. Enquanto Bento XVI enfatizava a continuidade histórica da Igreja Católica através de suas escolhas suntuosas, Francisco preferiu um estilo que simbolizava proximidade com as pessoas comuns. Essas diferenças estéticas revelam profundas visões sobre o papel do pontífice na modernidade.
O estilo de Francisco destacou-se pelo minimalismo em comparação com o ornamento característico de Bento XVI. Ao manter roupas brancas tradicionais combinadas com sapatos pretos discretos, ele transmitiu uma mensagem de simplicidade e acessibilidade. Seu visual contrastava diretamente com o extravagante guarda-roupa de seu predecessor, marcado por cruzes incrustadas de pedras preciosas e calçados vermelhos.
Bento XVI adotava um repertório visual que remetia à grandiosidade histórica da Igreja, enquanto Francisco buscava uma conexão mais direta com as comunidades modernas. A diferença era evidente desde os primeiros dias de seu papado, quando foi notada sua escolha por calçados fabricados por um amigo em Buenos Aires. Esse detalhe pessoal ajudou a moldar uma imagem pública baseada na autenticidade e no desapego material. Para muitos, essa transição representou muito mais do que mera questão de aparência; simbolizava uma nova postura da liderança católica.
Além de questões estéticas, as decisões de vestuário de Francisco carregavam um peso simbólico importante. O branco predominante em suas vestimentas associava-se aos valores de pureza e caridade, enquanto o preto dos sapatos evocava modéstia e simplicidade. Essas escolhas foram amplamente interpretadas como reflexo de sua filosofia de vida e ministério, centrada na aplicação prática dos ensinamentos cristãos.
A análise conduzida por especialistas, como Carol Richardson, ilustra como as vestimentas de ambos os papas expressavam concepções opostas sobre o papel da Igreja. Enquanto Bento XVI celebrava a herança histórica através de trajes majestosos, Francisco priorizava uma abordagem contemporânea que valorizava a interação direta com o mundo atual. Isso ficou claro em gestos emblemáticos, como visitar prisões ou lavar os pés dos necessitados. Para Richardson, essas manifestações visuais transcendiam a moda, tornando-se instrumentos poderosos de comunicação para reforçar ideais espirituais fundamentais.