Um dos líderes religiosos mais influentes do mundo, o Papa Francisco, dedicou grande parte de seu pontificado à defesa dos direitos dos migrantes e refugiados. Desde sua ascensão ao papado até seus últimos momentos, ele enfatizou a importância de acolher aqueles que fogem em busca de melhores condições de vida. Sua história pessoal como filho de imigrantes italianos para a Argentina moldou sua visão humanitária.
Francisco destacou repetidamente que os migrantes não são peças passivas no tabuleiro da humanidade, mas indivíduos com sonhos e aspirações legítimas. Em sua correspondência com bispos norte-americanos e em discursos públicos, ele reforçou a necessidade de uma abordagem solidária que vá além das fronteiras políticas.
O papa frequentemente evocava sua origem como forma de conectar-se com as lutas dos migrantes modernos. Através de mensagens proferidas em ocasiões significativas, como o Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados, ele defendia uma perspectiva centrada na dignidade humana. Seu pai, Mario Bergoglio, deixou a Itália fascista nos anos 1920, marcando profundamente a consciência social de Francisco.
Desde cedo, Francisco utilizou plataformas globais para ressaltar a condição dos deslocados. Durante sua visita aos Estados Unidos em 2015, ele lembrou ao público do impacto positivo que famílias imigrantes tiveram na construção da nação. Ao dirigir-se ao Congresso americano, ele fez paralelos entre as jornadas de seus antepassados e as dos atuais migrantes sul-americanos, enfatizando valores universais como oportunidades e melhorias de vida. Essas palavras ecoaram poderosamente, conectando gerações de imigrantes.
No final de sua liderança, Francisco continuou a priorizar a causa dos vulneráveis, mesmo em meio a desafios crescentes. Ele escreveu cartas inspiradoras para autoridades americanas, abordando questões delicadas como deportações em massa. Em vez de polarizar, ele propôs soluções baseadas em princípios cristãos, como o acolhimento e integração harmoniosa.
Em suas reflexões finais, o papa reiterou a ideia de um bem comum genuíno, onde governos e comunidades trabalham juntos para proteger os mais frágeis. Ele reconheceu que mudanças trazem ajustes, mas argumentou que esses devem ser gerenciados com compaixão. Citando exemplos bíblicos de expulsões e fugas, ele instigou uma visão inclusiva que valoriza tanto os recém-chegados quanto os residentes estabelecidos. Assim, seu legado perdura como um testemunho vivido de empatia e justiça social.