Um vídeo capturado por um telefone celular, resgatado do bolso de um dos 15 profissionais médicos palestinos mortos em um ataque israelense no mês passado, contradiz as afirmações militares de que as equipes não ativaram sinais de emergência antes de serem alvejadas. O incidente ocorreu em Tel al-Sultan, uma área da cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde forças israelenses estavam operando. A filmagem revela ambulâncias com luzes piscando e logotipos claramente visíveis enquanto se aproximavam de outro veículo que havia sido anteriormente atacado. Após a abertura de fogo, os corpos das vítimas foram enterrados por máquinas pesadas em uma vala coletiva, complicando esforços para recuperar os cadáveres.
Em uma manhã sombria de março, o horror desenrolou-se nas planícies áridas de Tel al-Sulan, quando equipes médicas responderam a chamados de socorro em meio ao conflito armado. À medida que suas viaturas avançavam lentamente com luzes de emergência brilhando no escuro, soldados israelenses abriram fogo ininterruptamente por mais de cinco minutos. Entre os mortos estavam oito funcionários da Crescente Vermelho, seis trabalhadores da Defesa Civil e um funcionário das Nações Unidas.
O vídeo, distribuído pelo embaixador palestino junto ao Conselho de Segurança da ONU, mostra momentos angustiantes: paramédicos vestindo uniformes laranjas saindo cautelosamente de seus veículos apenas para serem recebidos por rajadas de balas. Um sobrevivente, Munzer Abed, relatou sua experiência traumática, incluindo sua prisão brutal pelos militares israelenses, que o espancaram e o interrogaram antes de testemunhar outros disparos contra os próximos veículos chegando ao local.
A liderança do Crescente Vermelho Palestino pediu uma investigação independente, questionando a credibilidade das investigações internas conduzidas pelas forças armadas israelenses. Enquanto isso, Israel argumenta que Hamas utiliza ambulâncias como cobertura para movimentar combatentes, justificando ataques a esses veículos, acusações que são amplamente negadas por profissionais médicos.
Entre as vítimas, um paramédico continua desaparecido, levantando preocupações adicionais sobre possíveis detenções ou execuções extrajudiciais. As evidências forenses apontam para tiros à queima-roupa, reforçando a necessidade de transparência neste caso.
Desde então, o número alarmante de profissionais médicos mortos em confrontos com forças israelenses chama a atenção para a vulnerabilidade dessas equipes em zonas de guerra.
Com base nas informações fornecidas pela ONU, mais de mil trabalhadores de saúde e centenas de socorristas perderam suas vidas enquanto prestavam serviços essenciais em condições extremamente perigosas.
O incidente serve como um lembrete cruel da importância de proteger civis e trabalhadores humanitários em áreas de conflito. Embora as circunstâncias exatas continuem sendo debatidas, é claro que normas internacionais estão sendo violadas repetidamente, colocando em risco a integridade moral das operações militares modernas.
Como jornalista, observo que este caso destaca a necessidade urgente de maior supervisão e responsabilização em situações de combate, especialmente quando envolvem profissionais dedicados à preservação da vida humana. Este trágico evento também sublinha a importância da documentação visual e verbal para garantir que as vozes das vítimas sejam ouvidas em fóruns globais, promovendo assim justiça e paz duradouras.