A tradicional janta dos correspondentes da Casa Branca, marcada para 26 de abril no Washington Hilton, em Washington, DC, terá uma mudança significativa neste ano. A organização decidiu cancelar a apresentação cômica que seria realizada por Amber Ruffin, conhecida comediante e escritora do programa "Late Night with Seth Meyers". O motivo oficial dado é o desejo de evitar qualquer foco nas divisões políticas atuais e redirecionar a atenção para homenagens ao trabalho jornalístico excepcional e programas de bolsas de estudo para futuros repórteres.
No outono passado, quando os preparativos começaram, Amber Ruffin estava confirmada como parte central do evento. Este segmento costuma atrair grande atenção pública, especialmente após momentos icônicos como as piadas de Michelle Wolf em 2018 ou as sátiras de Seth Meyers dirigidas a Donald Trump em 2011. No entanto, recentemente, Taylor Budowich, vice-chefe de gabinete da Casa Branca, compartilhou um vídeo em que critica duramente a escolha de Ruffin, referindo-se a ela como uma comedianta de segunda categoria e questionando suas declarações sobre o governo atual.
Em resposta às críticas e reconsiderando o papel do evento, Eugene Daniels, presidente da Associação dos Correspondentes da Casa Branca (WHCA), anunciou que a decisão unânime do conselho foi eliminar completamente o monólogo cômico deste ano. Em sua carta aos colegas, ele enfatizou que, em um momento crucial para o jornalismo, o objetivo deve ser celebrar e apoiar aqueles que se destacam na profissão, sem distrações causadas por polêmicas políticas.
O anúncio gerou reações mistas, com algumas vozes acusando Daniels de tomar decisões unilaterais e outros defendendo a necessidade de preservar a integridade do propósito original do evento.
Desde então, Budowich tem continuado a criticar a organização, sugerindo que há tensões internas entre membros da WHCA sobre a direção tomada. Enquanto isso, espera-se que o evento mantenha seu foco principal: reconhecer o trabalho jornalístico exemplar e inspirar novos talentos.
Até o momento, Amber Ruffin não comentou publicamente sobre o assunto.
Como observador, essa decisão reflete uma tentativa de equilibrar a tradição com as sensibilidades contemporâneas. Ao optar por remover o elemento humorístico, a organização busca proteger o prestígio do jornalismo em meio a um ambiente político cada vez mais polarizado. No entanto, também levanta questões sobre a liberdade artística e a capacidade de abordar temas difíceis de maneira criativa e provocativa. Essa escolha pode marcar um novo capítulo na história desse evento emblemático.