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Decisão Judicial Pode Anular Votos de Mais de 65.000 Eleitores na Carolina do Norte
2025-04-04

Um veredicto controverso emitido por um tribunal de apelações da Carolina do Norte ameaça invalidar os votos de mais de 65.000 eleitores, colocando em xeque o resultado de uma eleição para o tribunal supremo estadual realizada em novembro. O caso reflete uma disputa política intensa que começou após a vitória da democrata Allison Riggs sobre o republicano Jefferson Griffin por uma margem de apenas 734 votos. Griffin, insatisfeito com o desfecho, apresentou um protesto pedindo a exclusão de aproximadamente 60.000 votos.

A decisão tomada por dois dos três juízes do painel argumenta que contar votos ilegais ao lado de cédulas legítimas pode "desenfranquecer" aqueles que exerceram seu direito democraticamente, especialmente quando isso altera o resultado final. A maioria defende que muitos desses votos foram questionados porque os eleitores não forneceram informações de identificação necessárias nos formulários de registro, como números de carteira de motorista ou dígitos finais do número de seguro social. Além disso, milhares de votos enviados do exterior também foram contestados por falta de identificação adequada.

Embora a decisão tenha sido aplaudida por alguns setores políticos, vozes contrárias alertam para o risco de precedentes perigosos. O juiz Toby Hampson, em sua dissentência detalhada, criticou duramente a tentativa de reescrever as regras de elegibilidade após a conclusão da eleição. Ele ressaltou que nenhum voto individual foi comprovado como fraudulento e que descartar votos válidos simplesmente para alterar o resultado de uma única corrida eleitoral seria contrário à lei e à Constituição. Especialistas em direitos civis, como Bob Phillips da organização Common Cause, denunciaram a decisão como uma ameaça à integridade democrática.

O caso agora avança para o Tribunal Supremo da Carolina do Norte, onde Allison Riggs será impedida de participar. Sem ela, os republicanos teriam uma clara vantagem numérica. Essa situação levanta questões importantes sobre a independência judicial e o papel das cortes na preservação da vontade popular. O fortalecimento da democracia depende de garantir que todos os eleitores possam exercer seus direitos sem medo de arbitrariedade ou manipulação política. Este episódio serve como um lembrete crucial da importância de proteger o processo eleitoral contra abusos e distorções ideológicas.

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