O governo Trump acusou na quinta-feira a Universidade de Harvard de não relatar doações estrangeiras substanciais ao governo federal, conforme exigido por lei. Essa medida faz parte de uma crescente campanha contra a instituição após sua recusa em atender às demandas do presidente Trump. Em uma carta enviada ao reitor Alan M. Garber, o Departamento de Educação solicitou que Harvard fornecesse nomes e registros de comunicação com doadores estrangeiros desde o início de 2020. Além disso, foram requisitados documentos relacionados a estudantes expulsos ou cujas credenciais foram canceladas desde 2016, bem como detalhes sobre pesquisadores visitantes, acadêmicos e professores de outros países desde 2010.
A administração Trump intensificou seu foco em Harvard nos últimos meses, especialmente em questões de diversidade, equidade e combate ao antissemitismo nos campi universitários. Como Harvard se recusou a reformular suas políticas para alinhar-se às prioridades da administração, autoridades federais retaliaram congelando US$ 2,2 bilhões em bolsas federais e ameaçando revogar o status tributário isento da universidade. A complexidade das solicitações inclui milhares de ex-alunos internacionais e possíveis vínculos com pesquisadores estrangeiros, ampliando significativamente o escopo da investigação.
Jason Newton, porta-voz de Harvard, contestou as alegações, afirmando que a universidade cumpre rigorosamente as leis ao divulgar doações estrangeiras superiores a US$ 250.000 há décadas. No entanto, cumprir integralmente as novas exigências administrativas pode representar um desafio logístico enorme, considerando o vasto número de ex-alunos e conexões internacionais mantidas pela instituição.
Essa disputa reflete tensões mais amplas entre o governo Trump e as instituições de ensino superior, particularmente no contexto de políticas educacionais e valores institucionais. O impacto dessa confrontação poderia ter consequências duradouras tanto para Harvard quanto para outras universidades americanas, à medida que elas navegam por um cenário regulatório cada vez mais rigoroso.
A controvérsia envolvendo Harvard ilustra o embate entre liberdade acadêmica e pressão governamental. Enquanto a universidade insiste em sua conformidade legal, as exigências da administração colocam em questão os limites da transparência e responsabilidade institucional. A resposta de Harvard e as próximas medidas do governo podem definir um precedente importante para futuras interações entre universidades e órgãos federais.