Desporto
Clima de Intimidação no FC Porto: Testemunhos Relembram Conflitos em Julgamento
2025-04-22

O nono dia do julgamento da Operação Pretoriano trouxe à tona novos testemunhos que destacam um clima de medo e intimidação durante a Assembleia Geral do FC Porto, realizada em novembro de 2023. Durante a sessão desta tarde, José Miguel, sócio do clube, relatou incidentes envolvendo Fernando Madureira, ex-líder da claque Super Dragões, como principal instigador da tensão vivida naquele evento. Além disso, foram mencionados detalhes sobre buscas conduzidas pela PSP, incluindo a apreensão de uma arma com munições em posse de Hugo Loureiro, conhecido como "Fanfas". O relato também inclui observações sobre controlos inadequados de entrada no local e a oposição ao uso de gravações de vídeo.

Na sequência das acusações, os depoimentos apresentaram um cenário caótico no Dragão Arena. Segundo José Miguel, Fernando Madureira teria desencadeado confrontos verbais e físicos ao dirigir-se aos presentes que discordavam de Pinto da Costa. "Vocês, amigos do Villas-Boas, são uns filhos da p...", foi uma das frases proferidas por Madureira após um grupo deixar de aplaudir o discurso do presidente. Este comportamento teria culminado em violência contra algumas famílias e agressões a personalidades como Henrique Ramos, enquanto outros líderes eram silenciados por insultos.

A confusão estendeu-se além dos âmbitos emocionais e sociais. Uma hospedeira responsável pelo check-in de sócios revelou falhas nos procedimentos de verificação de identidade antes da assembleia. Ela explicou que muitos tentaram acessar o evento utilizando cartões de sócio de terceiros, levando-a a questionar dados pessoais para confirmar as entradas. Além disso, houve relatos de pulseiras desaparecendo misteriosamente, indicando possíveis irregularidades organizacionais.

Os agentes da PSP ouvidos na oitava sessão acrescentaram elementos importantes ao caso. Eles detalharam a apreensão de uma arma de pequeno calibre encontrada na posse de Hugo Loureiro. Essa descoberta reforça preocupações sobre segurança durante eventos esportivos e políticos relacionados ao clube.

As investigações continuam no Tribunal São João Novo, no Porto, onde testemunhas do Ministério Público fornecem mais informações cruciais. A atmosfera de intimidação e o papel central de figuras como Fernando Madureira permanecem no centro das discussões, evidenciando as complexas dinâmicas de poder dentro do FC Porto.

O julgamento da Operação Pretoriano expôs profundas divisões internas e abusos de autoridade no contexto da gestão do clube. Os relatos coletados destacam não apenas questões de segurança, mas também práticas irregulares na administração de eventos essenciais para os sócios. Resta saber como as decisões judiciais impactarão o futuro do FC Porto e sua governança institucional.

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