No coração da serra, encontra-se um lugar que desafia o conceito tradicional de desenvolvimento urbano. Fernanda Torres, em uma de suas colunas para a revista "Veja Rio" em 2017, reflete sobre a cidade de Secretário, destacando sua singularidade em meio ao crescimento acelerado das regiões vizinhas como Araras e Itaipava. Enquanto essas áreas sofriam com congestionamentos e altos custos, Secretário emergia como um santuário natural preservado graças à atuação firme do Ibama e à conscientização dos próprios habitantes. Este artigo explora a trajetória dessa pequena comunidade, revelando como ela conseguiu manter sua identidade rural mesmo diante da valorização imobiliária.
A localização estratégica de Secretário, situada em uma estrada sinuosa distante apenas 8 quilômetros da BR-040, contribui para seu charme único. Ao contrário de Petrópolis e Teresópolis, cujo desenvolvimento ocorreu antes da era da consciência ambiental, esta cidadezinha foi moldada sob princípios mais modernos de sustentabilidade. A presença vigilante do Ibama desempenhou um papel crucial, impedindo práticas ilegais de desmatamento e assegurando que as propriedades respeitassem as normativas legais.
Os moradores também desempenham um papel fundamental nesta narrativa. Eles demonstraram clara compreensão dos perigos associados ao turismo em massa e se dedicaram ativamente à preservação dos recursos naturais locais, especialmente rios e florestas. Essa abordagem colaborativa ajudou a moldar um ambiente onde o progresso econômico caminha lado a lado com a conservação ambiental.
Com o passar dos anos, o cenário comercial de Secretário evoluiu significativamente, oferecendo serviços e produtos mais refinados aos visitantes. No entanto, apesar da valorização imobiliária e das mudanças no mercado local, a cidade manteve intacta sua atmosfera rural e autêntica. Este equilíbrio entre modernidade e tradição continua sendo uma característica marcante desta região encantadora.
O exemplo de Secretário serve como um lembrete poderoso de que é possível promover o desenvolvimento sem comprometer o patrimônio natural. O futuro dessa comunidade depende não apenas de políticas públicas eficazes, mas também da continuidade do compromisso coletivo em proteger o meio ambiente enquanto abraça as oportunidades de crescimento. Este caso único merece atenção e admiração por demonstrar que o progresso pode ser sim harmonioso com a natureza.