A ascensão meteórica da Shein trouxe um novo paradigma para o setor de vestuário. A empresa chinesa conquistou 1,53% do mercado global, ampliando sua presença em relação ao ano anterior. Apesar das controvérsias relacionadas às práticas trabalhistas e ao impacto ambiental, a marca se destacou pela capacidade de oferecer produtos acessíveis e alinhados às últimas tendências. Este diferencial permitiu que a Shein continuasse atraindo consumidores globais, especialmente os mais jovens, que buscam estilo sem comprometer seu orçamento.
Analistas destacam que a estratégia de produção rápida e distribuição eficiente foi crucial para o sucesso da Shein. A marca consegue antecipar mudanças no comportamento dos consumidores e ajustar suas coleções rapidamente, garantindo relevância constante em um mercado altamente competitivo. Esse modelo de negócios continua a inspirar rivais, que tentam replicar sua eficiência operacional.
No segmento de moda rápida, a Zara também mostrou resiliência, apesar de crescimento menos expressivo. A varejista espanhola expandiu sua participação para 1,24%, graças à otimização de sua cadeia de suprimentos localizada. Essa abordagem estratégica permite maior agilidade na resposta às demandas do mercado, além de reduzir custos logísticos. No entanto, a H&M enfrentou dificuldades e registrou queda para 1,06%, evidenciando a necessidade de reinvenção diante de concorrentes mais ágeis.
A japonesa Uniqlo surpreendeu ao avançar para 0,92% de participação, impulsionada por sua expansão internacional e foco em valor agregado. A marca tem investido em tecnologias inovadoras, como tecidos térmicos e peças multifuncionais, que atraem consumidores em busca de durabilidade e funcionalidade. Este posicionamento diferenciado coloca a Uniqlo em uma trajetória promissora, mesmo em meio a um cenário econômico desafiador.
O setor de moda esportiva viveu um período de renovação em 2024. A Adidas recuperou terreno perdido nos anos anteriores, alcançando 1,79% do mercado global. A força da linha Originals foi decisiva para este desempenho positivo, reforçando o apelo nostálgico e contemporâneo da marca. Além disso, colaborações estratégicas com celebridades e influenciadores ajudaram a ampliar a visibilidade da Adidas entre diferentes públicos.
Outras marcas, como New Balance e Skechers, também registraram crescimento significativo, apostando em calçados confortáveis e designs modernos. Essa tendência reflete uma mudança no comportamento dos consumidores, que priorizam funcionalidade e estilo em suas escolhas diárias. Por outro lado, a Nike enfrentou quedas consecutivas, com sua participação caindo para 2,85%. A falta de inovação percebida pelos consumidores contribuiu para este revés, colocando a gigante americana em uma posição delicada frente aos seus competidores.
No universo do luxo, as disparidades ficaram ainda mais evidentes em 2024. Marcas como Hermès e Chanel fortaleceram suas posições, atingindo participações de 0,55% e 0,59%, respectivamente. Essas grifes beneficiaram-se de consumidores de altíssima renda, pouco afetados pelas turbulências econômicas globais. O prestígio e a exclusividade dessas marcas continuam sendo atrativos insubstituíveis para esse público seleto.
Já a Gucci experimentou uma das maiores quedas do setor, com sua participação caindo para 0,38%. A saída do diretor criativo Sabato De Sarno após coleções mal recebidas contribuiu para esse resultado negativo. Analistas afirmam que a marca precisa urgentemente reposicionar-se para reconquistar o coração dos consumidores aspiracionais, que esperam inovação e sofisticação em cada lançamento.