Resumo: Os eleitores da Louisiana deram um voto esmagador contra quatro propostas de emenda constitucional que buscavam transformar o panorama do estado em áreas como justiça, crimes juvenis, tributação e eleições judiciais. Cada uma das propostas foi rejeitada por mais de 60% dos votantes, conforme destacado por analistas políticos. Especialistas apontam a alta participação de eleitores democratas como um fator crucial para os resultados, enquanto autoridades prometem continuar lutando por mudanças futuras.
O cenário político na Louisiana ganhou novos contornos após a recusa massiva de emendas constitucionais nas urnas. A análise pós-eleições indica que o engajamento robusto dos eleitores democratas teve um papel determinante no desfecho das votações. John Couvillon, renomado pesquisador político, comentou sobre a dinâmica do pleito: "Foi uma espécie de grito primordial, impulsionado pela expressiva participação de eleitores EV (eleitores registrados como democratas), algo que não vi sendo contrabalançado por uma forte mobilização republicana no dia da eleição." Apesar da decepção com os resultados, governadores e legisladores afirmaram que isso não representa um fracasso definitivo, mas sim um ponto de partida para novas tentativas de reforma.
A primeira emenda proposta visava expandir as competências do Tribunal Supremo da Louisiana sobre advogados fora do estado e permitir a criação de cortes especializadas que transcendessem limites distritais. Essa medida era uma resposta direta às disputas legais envolvendo processos em massa relacionados a furacões movidos por escritórios jurídicos externos ao estado. No entanto, a emenda enfrentou críticas significativas antes mesmo da votação e acabou sendo rejeitada por uma diferença superior a 170 mil votos.
Já a segunda emenda representava uma reforma fiscal abrangente, propondo revisões substanciais no Artigo VII da Constituição do estado. Entre as mudanças sugeridas estavam o controle no crescimento dos gastos públicos, a consolidação de fundos reservados e a realocação de bilhões de dólares destinados originalmente a contas educacionais para o pagamento de dívidas previdenciárias. Além disso, previa a eliminação gradual de impostos sobre inventários comerciais. Com mais de 150 mil votos contrários, essa proposta também não obteve sucesso junto ao eleitorado.
No campo da justiça juvenil, a terceira emenda pretendia facilitar a ampliação da lista de crimes pelos quais adolescentes poderiam ser julgados como adultos, sem necessidade de outra aprovação constitucional. Idealizada pelo Senador Heather Cloud, essa proposta encontrou resistência de defensores da justiça juvenil, que argumentaram que a atual legislação já é ampla o suficiente. O resultado foi uma rejeição ainda mais marcante, com margem superior a 180 mil votos.
Por fim, a quarta emenda tratava de ajustes técnicos no cronograma das eleições judiciais especiais, alinhando-o ao sistema de primárias partidárias fechadas que entrará em vigor no estado. Embora tenha sido vista como uma mudança menor que poderia ser implementada por meio de leis ordinárias, ela também foi rejeitada por mais de 120 mil votos.
Apesar das derrotas nas urnas, autoridades estaduais reafirmaram seu compromisso com a busca por mudanças estruturais. Em comunicado oficial, o Governador Jeff Landry declarou: “Embora estejamos frustrados com os resultados desta noite, não consideramos isso uma falha. Reconhecemos o desafio de implementar mudanças positivas em um estado condicionado ao fracasso. Continuaremos trabalhando para oferecer mais oportunidades aos nossos cidadãos, permitindo que eles mantenham mais do dinheiro arduamente conquistado e proporcionem um futuro melhor para os habitantes da Louisiana.”