Um encontro inesperado marcou as últimas horas do Papa Francisco antes de sua morte. No domingo de Páscoa, em meio a bênçãos para os fiéis reunidos na Praça de São Pedro e uma rara volta em seu papamóvel, Francisco recebeu uma visita notável. Entre as últimas pessoas a encontrá-lo estava o vice-presidente norte-americano, JD Vance, um converso recente ao catolicismo romano. Durante a reunião breve realizada no alojamento modesto de Domus Santa Marta, onde Francisco residiu por toda sua papado de 12 anos, foram trocadas saudações pascais e presentes significativos como terços e símbolos da Igreja.

A relação entre Francisco e Vance era marcada por desacordos públicos, especialmente sobre questões migratórias. Em fevereiro, o líder espiritual de 1,4 bilhões de católicos criticou duramente a administração Trump por suas políticas de deportação em massa, chamando-as de "crise grave" que comprometia a dignidade humana. Embora reconhecesse o direito das nações protegerem seus cidadãos, ele enfatizava que qualquer ação baseada apenas na força seria insustentável moralmente. Na carta enviada aos bispos dos Estados Unidos, Francisco rejeitou a ideia de amor hierárquico defendida por Vance, afirmando que o verdadeiro amor cristão não se expande gradualmente, mas abraça todos sem exceção, inspirado na parábola do Bom Samaritano.

Apesar das divergências, foi tocante que Vance fosse um dos primeiros a prestar condolências após a morte do papa. Ele expressou sua gratidão por uma homilia particularmente significativa durante a pandemia de Covid-19. A mensagem final de Francisco à humanidade, lida em sua última aparição pública, reiterava o chamado universal à compaixão e ao acolhimento dos vulneráveis, independentemente de suas origens ou diferenças culturais. Este legado de fraternidade global ecoará nas gerações futuras, lembrando-nos de que somos todos filhos de Deus, unidos pela mesma condição humana.