As negociações de alto nível destinadas a alcançar uma pausa no conflito na Ucrânia entraram em colapso após a retirada do Secretário de Estado Marco Rubio e do enviado especial Steve Witkoff. O incidente frustrou as esperanças de Kyiv por um acordo de paz de curto prazo. Apesar da desistência, o enviado especial do presidente Donald Trump, Keith Kellogg, ainda planeja encontrar-se com autoridades ucranianas em Londres. A situação ocorre enquanto os esforços do governo Trump para promover uma trégua entre Moscou e Kyiv enfrentam obstáculos significativos.
Em uma manhã tensa e repleta de incertezas, em meio ao outono dourado que cobria as ruas de Londres, as esperanças de um avanço nas conversações sobre a crise ucraniana foram abaladas. Autoridades europeias confirmaram que tanto Rubio quanto Witkoff não compareceram à capital britânica como inicialmente previsto. Andriy Yermak, chefe de gabinete presidencial ucraniano, chegou a Londres determinado a continuar buscando soluções pacíficas, mesmo diante das dificuldades crescentes.
O adiamento das discussões ministeriais foi anunciado pelo Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido, destacando a ausência de importantes figuras francesas e alemãs. Enquanto isso, Andrii Sybiha, ministro das relações exteriores da Ucrânia, revelou planos para se reunir com seus homólogos britânicos. As propostas de paz apresentadas anteriormente pelos Estados Unidos em Paris foram vistas como inaceitáveis pelas partes envolvidas, incluindo uma possível troca de território por paz, reconhecendo a anexação ilegal da Crimeia pela Rússia.
Ressaltando mudanças sutis na postura russa, o presidente Vladimir Putin sugeriu pela primeira vez sua disposição em realizar negociações bilaterais de cessar-fogo com Volodymyr Zelenskyy. No entanto, Zelenskyy rejeitou qualquer cedência territorial, enfatizando que seria contrária à Constituição ucraniana. Embora as negociações tenham sido suspensas, Putin continua otimista sobre futuros encontros com Witkoff em Moscou.
Do lado europeu, líderes como Jean-Noel Barrot da França e David Lammy do Reino Unido expressaram sua intenção de colaborar com os EUA e outras potências internacionais para estabelecer garantias de segurança e projetos de reconstrução, mantendo suas "linhas vermelhas" claras durante futuros diálogos.
Ao final do dia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que contatos entre as partes continuavam, salientando a necessidade de aproximar posições divergentes.
De um ponto de vista jornalístico, este episódio sublinha a complexidade dos interesses geopolíticos em jogo. A falta de consenso evidencia que as soluções pacíficas exigem mais do que simples concessões territoriais ou compromissos verbais. Este caso demonstra que, para avançar em direção à paz, todas as partes precisam estar dispostas a negociar com transparência e boa-fé, considerando não apenas as demandas imediatas, mas também os valores fundamentais e soberania nacional. O futuro da região dependerá de uma combinação de diplomacia persistente e respeito mútuo.