Uma estudante internacional de 30 anos, Rumeysa Ozturk, foi detida por agentes federais nos Estados Unidos em circunstâncias que geraram controvérsia. A jovem, que estuda na Universidade Tufts no estado de Massachusetts, foi interceptada quando se dirigia para um encontro social durante o mês sagrado do Ramadã. Segundo autoridades do Departamento de Segurança Interna (DHS), ela estaria envolvida em atividades de apoio ao movimento Hamas, classificado como uma organização terrorista. Contudo, seu advogado descreveu a prisão como "preocupante", destacando a falta de transparência sobre sua localização e os motivos exatos da detenção.
No dia seguinte à detenção, representantes do DHS informaram que investigações revelaram conexões entre Ozturk e o Hamas. A prisão ocorreu perto de sua residência enquanto ela estava a caminho de um evento para romper o jejum do Ramadã. Apesar de possuir um visto F-1 válido, as autoridades afirmam que o engajamento em atividades consideradas ilegais justifica a revogação do mesmo. Sua defesa, liderada pela advogada Mahsa Khanbabai, expressou preocupação com a falta de comunicação oficial sobre o paradeiro de Ozturk e ressaltou que até o momento não foram apresentadas acusações formais contra ela.
A situação de Ozturk reflete um padrão crescente de detenções realizadas pelo governo Trump contra estudantes internacionais acusados de participar em protestos pró-Palestina. Outros casos recentes incluem Mahmoud Khalil, um estudante da Universidade Columbia, e Badar Khan Suri, um pesquisador da Universidade Georgetown. Em resposta, organizações estudantis realizaram manifestações em apoio à jovem turca, destacando preocupações sobre direitos humanos e liberdade acadêmica.
Juízes também estão intervindo no caso. Um tribunal ordenou que Ozturk permanecesse no estado de Massachusetts e exigiu notificação prévia caso fosse transferida para outra localidade. Atualmente, há indícios de que ela está sendo mantida em uma instalação de detenção no estado de Louisiana.
Amigos e colegas de Ozturk descrevem-na como uma pessoa gentil e tranquila, sem inclinações políticas extremistas. Reyyan Bilge, professora de psicologia na Universidade Northeastern e amiga próxima, defendeu publicamente sua inocência, afirmando que suas ações passadas não indicam qualquer tipo de radicalismo.
O caso de Rumeysa Ozturk levanta questões importantes sobre segurança nacional versus direitos individuais. Enquanto é crucial proteger a sociedade de ameaças reais, também é essencial garantir que medidas judiciais sejam transparentes e baseadas em evidências sólidas. A ausência de comunicação clara sobre a natureza das acusações e a localização da detenta pode minar a confiança pública nas instituições legais. Além disso, o impacto dessas práticas sobre a imagem dos EUA como destino seguro para estudantes internacionais merece reflexão profunda.