Em uma série de eventos alarmantes, estudantes internacionais nos Estados Unidos estão enfrentando prisões e deportações arbitrárias. Recentemente, a turca Rumeysa Ozturk foi abduzida pelas ruas de Massachusetts por agentes do ICE sem justificativa clara. A situação levanta questões sobre os direitos dos imigrantes e como suas vozes são silenciadas quando criticam políticas estrangeiras. Além disso, o caso de Ozturk reflete um padrão crescente de perseguição contra acadêmicos que se envolvem em protestos sociais.
Rumeysa Ozturk, uma estudante de doutorado turca na Universidade Tufts, foi brutalmente capturada nas ruas de Somerville, Massachusetts, em circunstâncias confusas. Agentes não identificados cercaram-na rapidamente, restringindo sua liberdade de movimento antes de levá-la para um local desconhecido. Apesar de estar legalmente no país com visto F-1, ela foi transferida milhares de quilômetros de distância para um centro de detenção no sul da Louisiana, onde permanece presa sem acusações formais.
O incidente ocorreu enquanto Ozturk caminhava tranquilamente para participar de um jantar especial durante o Ramadã. Testemunhas relataram que, inicialmente, ela pode ter pensado que estava sendo atacada por criminosos comuns, mas logo percebeu que era alvo de uma operação governamental. O vídeo da câmera de vigilância mostra sua expressão de medo e confusão ao ser informada pelos agentes de que eles eram policiais. Durante o tumulto, seu telefone celular foi confiscado, impedindo qualquer tentativa de comunicação externa. Esse tratamento draconiano destaca a vulnerabilidade dos estudantes internacionais e levanta dúvidas sobre a aplicação equitativa da lei.
O caso de Ozturk é parte de um padrão preocupante de perseguição contra acadêmicos estrangeiros que ousam questionar as práticas de seus governos ou apoiar causas humanitárias. Vários outros estudantes, incluindo Mahmoud Khalil, Alireza Doroudi e Yunseo Chung, enfrentaram situações similares após envolvimento em atividades de protesto contra genocídios e violações de direitos humanos. Essas ações sugerem uma nova política implícita de controle de discurso, onde até mesmo manifestações pacíficas podem resultar em consequências severas.
Esses episódios têm impacto profundo tanto nas vidas individuais quanto na reputação global dos EUA como destino educacional seguro. Muitos desses alunos possuem vínculos importantes com instituições americanas e contribuem significativamente para a pesquisa e inovação nacional. No entanto, ao invés de serem reconhecidos e valorizados, estão sendo marginalizados e intimidados. O governo Trump parece ter estabelecido uma narrativa de que qualquer crítica à política israelense em Gaza constitui ameaça suficiente para revogar status migratórios previamente concedidos. Esta prática gera um ambiente de censura e medo, comprometendo seriamente o futuro das relações internacionais e a diversidade cultural dentro das universidades norte-americanas.