Duas executivas de renome, oriundas de mundos distintos da mídia, estarão frente a frente com legisladores no Congresso dos Estados Unidos. Enquanto uma tem vasta experiência em televisão tradicional, a outra emergiu do universo dinâmico da mídia digital. Ambas lideram importantes organizações de mídia pública e enfrentarão perguntas desafiadoras sobre suas práticas e estratégias. Este artigo explora seus percursos profissionais e os desafios que enfrentam.
Katherine Maher, de 41 anos, assumiu recentemente o cargo de CEO da NPR após uma trajetória marcante na direção de plataformas digitais. Sua carreira inclui passagens por cargos de liderança no Web Summit e na Wikimedia Foundation, onde promoveu iniciativas tecnológicas e educacionais globais. Ao ingressar na NPR, ela encontrou um ambiente conturbado devido a acusações de viés político e críticas conservadoras às suas próprias postagens anteriores nas redes sociais. No entanto, desde então, Katherine tem trabalhado para abordar essas preocupações, buscando expandir a audiência da NPR e garantir que reflita a diversidade ideológica do país.
Em sua gestão, a NPR adotou mudanças significativas, como a revisão de cláusulas relacionadas à diversidade em contratos sindicais, sinalizando uma nova abordagem estratégica. Katherine enfatiza a necessidade de inovar e alcançar públicos mais amplos, investindo em ferramentas modernas que ajudem a compreender as necessidades específicas das audiências.
No setor da televisão pública, Paula Kerger, de 67 anos, é a líder mais longeva da história do PBS. Antes de assumir essa posição em 2006, ela atuava como executiva de captação de recursos na Metropolitan Opera, uma das maiores instituições de artes cênicas do país. Sob sua liderança, o PBS enfrentou desafios crescentes com o declínio gradual da TV tradicional e o surgimento das plataformas de streaming. Para se adaptar, Paula implementou parcerias com serviços como o YouTube TV e lançou o PBS Passport, uma assinatura que oferece acesso exclusivo ao conteúdo do canal.
Paula também precisará responder a questões sobre programas controversos, como o "Drag Queen Story Hour", que foi alvo de críticas conservadoras antes de ser removido da plataforma online do PBS. Esse caso ilustra a complexidade de equilibrar liberdade criativa com sensibilidades políticas em um ambiente cada vez mais polarizado.
À medida que ambas as executivas testemunham perante o Congresso, elas terão a oportunidade de defender suas estratégias e destacar o valor da mídia pública em um mundo em rápida transformação. Suas visões refletem não apenas a evolução das plataformas de comunicação, mas também a importância de manter a confiança pública em meio a debates intensos sobre imparcialidade e relevância.