O exército israelense intensificou suas operações terrestres ao longo da Faixa de Gaza, com tropas atuando em pontos estratégicos da região. A meta é aumentar a pressão sobre o Hamas, enquanto as negociações para cessar o conflito e libertar reféns permanecem estagnadas. As incursões incluem expansões significativas no norte e sul de Gaza, além de alvos-chave no centro do enclave. Paralelamente, líderes palestinos estão sendo diretamente atacados, como demonstrado pela morte recente de Salah al-Bardawil, membro do braço político do Hamas.
A ofensiva militar em Beit Hanoun marca um avanço crucial na criação de uma zona de segurança mais ampla ao longo da fronteira entre Israel e Gaza. Essa área já tem centenas de metros de largura e agora se expande para englobar outros territórios. O objetivo declarado pelas autoridades militares israelenses é eliminar infraestruturas ligadas ao Hamas e consolidar controle territorial. Em Rafah, próximo à fronteira egípcia, novos alertas de evacuação foram emitidos aos moradores locais em meio ao aumento das operações militares.
Essas ações ocorrem em um contexto de crescente tensão humanitária. Desde o início da atual campanha militar em março, mais de 600 palestinos perderam suas vidas, segundo dados das autoridades de saúde palestinas. Este número faz parte de um cenário maior que já matou mais de 50 mil pessoas desde o início do conflito há mais de 17 meses. O embate foi desencadeado por um ataque do Hamas contra o sul de Israel em outubro de 2023, que resultou na morte de aproximadamente 1.200 pessoas e no sequestro de cerca de 250 civis.
Diante deste cenário, o governo israelense busca usar sua força militar para impulsionar o Hamas a aceitar um acordo que liberte os cerca de 60 reféns ainda detidos na Faixa de Gaza. Há grande pressão pública dentro de Israel para alcançar essa solução, com manifestações massivas exigindo ações enérgicas dos líderes. Alguns setores do espectro político israelense também defendem a ocupação de territórios palestinos, sugerindo que tal estratégia poderia enfraquecer o grupo armado.
Em resposta às complexidades do conflito, o gabinete de segurança de Israel anunciou a criação de uma nova administração destinada a facilitar a emigração voluntária de Gaza. Segundo o Ministro da Defesa, Israel Katz, essa medida visa reduzir a densidade populacional no enclave enquanto amplia o controle territorial israelense. Katz reiterou que, até que o Hamas coopere com a libertação dos reféns, continuará enfrentando perdas territoriais progressivas.
No campo diplomático, países árabes têm resistido a planos anteriores que propunham a realocação forçada de residentes de Gaza para regiões vizinhas. Enquanto isso, a situação humanitária piora, e as tensões políticas e militares continuam a moldar o futuro imediato da região.