O fenômeno dos bebês reborn tem conquistado um público inusitado, transformando o universo infantil em uma experiência adulta. Essas réplicas de silicone estão ganhando destaque nas redes sociais, especialmente no TikTok, onde milhões de usuários acompanham a vida cotidiana desses bonecos realistas. A interação com essas criações artesanais desperta curiosidade, levantando questões sobre o impacto emocional e psicológico dessa prática. Em Curitiba, por exemplo, Isabelle Rodrigues chamou atenção ao celebrar o aniversário de sua "filha" Martina, uma das suas reborns.
Por outro lado, especialistas como o psicanalista Arnaldo Chuster expressam preocupações sobre a crescente dificuldade das pessoas em estabelecer conexões humanas genuínas. Segundo ele, o excesso de tecnologia e modismos pode comprometer a capacidade de pensar criticamente, afetando a maneira como nos relacionamos uns com os outros. Relacionar-se com objetos, que não exigem respostas emocionais ou desafios complexos, torna-se mais simples e confortável para algumas pessoas. Este fenômeno reflete mudanças significativas na forma como percebemos a realidade e as emoções.
Exemplos como o do padre Fábio de Melo demonstram como essa tendência pode ser adaptada para fins emocionais profundos. Ao adotar uma boneca reborn com síndrome de Down em homenagem à sua mãe falecida, ele atribuiu significado simbólico a esse objeto. O mercado de bebês reborn evoluiu muito desde sua origem nos Estados Unidos, expandindo-se para diferentes faixas de preço e públicos variados. Embora alguns vejam isso como um comportamento surrealista, é importante reconhecer o papel da imaginação e da criatividade nessa expressão moderna de maternidade e afeto. Esta prática, embora incomum, pode oferecer consolo e propósito para aqueles que buscam formas alternativas de conexão humana.