Um sério incidente de segurança foi revelado envolvendo membros seniores do gabinete de Donald Trump durante discussões sobre planos militares confidenciais relacionados a ataques recentes contra o grupo armado Houthi no Iêmen. Em um erro extraordinário, figuras-chave da administração Trump utilizaram o aplicativo comercial Signal para discutir informações sensíveis e incluíram inadvertidamente um jornalista proeminente no grupo. Essa violação levantou preocupações sobre a confiabilidade da administração em lidar com inteligência compartilhada por aliados e destacou falhas significativas nos protocolos de comunicação.
A revelação surgiu após Jeffrey Goldberg, editor da revista Atlantic, descobrir que havia sido incluído em uma conversa no Signal chamada "Houthi PC Small Group". O grupo continha 18 outros membros, incluindo altos funcionários do governo Trump, como o vice-presidente JD Vance, o secretário de Defesa Pete Hegseth e a diretora de inteligência nacional Tulsi Gabbard. Ainda que o Signal seja considerado um serviço de bate-papo criptografado seguro, ele não é aprovado pelo governo dos EUA para compartilhar informações sensíveis.
O episódio gerou reações negativas entre especialistas em segurança e inteligência, que descreveram a violação como sem precedentes devido ao uso inadequado de uma plataforma comercial e à inclusão involuntária de um jornalista. Além disso, as mensagens reveladas mostraram comentários depreciativos sobre a Europa e debates sobre o preço que os europeus e outros países deveriam pagar pelo esforço militar norte-americano.
Durante as trocas de mensagens, Vance expressou dúvidas sobre a urgência do ataque ao Iêmen, enquanto Hegseth defendeu a necessidade da operação, mencionando a ordem do presidente para reabrir rotas marítimas internacionais. Outros participantes do grupo, como Steve Witkoff e Susie Wiles, também celebraram o sucesso inicial da operação com mensagens elogiosas.
Ao se dar conta do ataque em andamento, Goldberg revisou cuidadosamente o conteúdo das mensagens, removendo materiais sensíveis, incluindo a identidade de um oficial sênior da CIA e detalhes operacionais. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Brian Hughes, confirmou a autenticidade da cadeia de mensagens, justificando-a como um exemplo de coordenação política profunda, embora reconhecesse a inclusão acidental de um número na cadeia.
O impacto deste incidente pode ser duradouro, especialmente porque levanta questões sobre a capacidade da administração Trump de proteger informações compartilhadas por aliados históricos. Pat Ryan, representante democrata e veterano do exército, criticou veementemente o ocorrido, sugerindo a realização imediata de uma audiência no Congresso para investigar a situação.
Ao final, ficou evidente que este caso representa uma falha grave nos procedimentos de segurança operacional, questionando seriamente a eficácia e a prudência da equipe de Trump em lidar com informações confidenciais. Embora a operação no Iêmen tenha sido bem-sucedida, o risco inerente à divulgação de tais dados permanece como um alerta para futuros governos.