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Impactos da Pandemia no Varejo Paulista: Setores Perdem Milhares de Empregos
2025-03-31

No decorrer dos últimos anos, o varejo paulista enfrentou profundas transformações em meio à pandemia de covid-19. Um estudo conduzido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) destaca que os setores de roupas e calçados, eletrodomésticos, além de lojas de departamentos, foram os mais atingidos em termos de perda de postos de trabalho formais. Em contraste, supermercados e farmácias apresentaram crescimento significativo na criação de empregos durante esse período.

Detalhes das Mudanças no Mercado de Trabalho Paulista

Em uma análise detalhada, o relatório revela que desde o início de 2020 até o final de 2024, o varejo de vestuário sofreu a retirada de aproximadamente 11,4 mil postos de trabalho formais. Paralelamente, as lojas de eletrodomésticos registraram um decréscimo de 7,4 mil vínculos laborais, enquanto as lojas de departamento enfrentaram uma retração de 5,9 mil posições. Esses números refletem não apenas o impacto direto das políticas de restrição de mobilidade, mas também o fechamento temporário de muitas lojas físicas durante os momentos críticos da pandemia.

Dentre os 78 segmentos que compõem o varejo paulista, 16 demonstraram uma queda no volume de trabalhadores ao longo desses anos. No caso específico das lojas de roupas e acessórios, o saldo negativo de 15,6 mil postos de trabalho registrado no primeiro ano da crise ainda não foi recuperado totalmente.

No entanto, algumas áreas do comércio prosperaram. Supermercados e farmácias lideram o ranking de crescimento em número absoluto de vagas nos últimos cinco anos. Atualmente, os setores de supermercados, minimercados e mercearias apresentam um saldo positivo de 58 mil novos postos de trabalho, enquanto as farmácias criaram 21 mil vagas adicionais.

Esses resultados são explicados pelo aumento no consumo de bens essenciais durante a crise sanitária, quando as famílias redirecionaram seus gastos para itens básicos necessários para o isolamento domiciliar. O setor de alimentos e bebidas, por exemplo, registrou um crescimento anual acumulado significativo desde o início da pandemia, com altas nas vendas de 5,2% em 2020, 1,8% em 2021 e 2,5% em 2022.

Perspectivas Futuras e Reflexões

A partir dessa análise, percebe-se como a pandemia alterou profundamente a estrutura de consumo brasileira. Hábitos de compra mudaram drasticamente, beneficiando alguns setores enquanto outros continuam lutando para se recuperar. Ainda em 2025, é evidente que o varejo de roupas e acessórios enfrenta dificuldades para retomar sua força anterior à crise, mesmo considerando as sazonalidades tradicionais do mercado.

Como observador desse panorama, é importante notar que a resiliência de certos setores pode servir como lição para outros que ainda buscam sua recuperação. A capacidade de adaptação e inovação será crucial para garantir a sobrevivência e crescimento futuro no ambiente competitivo do pós-pandêmico.

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