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Imposto de 25% sobre o petróleo venezuelano impacta economias globais
2025-03-25

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na última segunda-feira a aplicação de altos impostos às importações de países que adquirirem petróleo e gás da Venezuela. Essa decisão pode afetar significativamente economias como as da Índia e China, além de intensificar tensões comerciais em nível global. Trump justificou a medida citando a postura hostil do governo venezuelano em relação aos valores defendidos pelos EUA. O decreto propõe uma taxa de 25%, vigente a partir de 2 de abril, com base nas orientações do secretário de Estado em colaboração com outras agências americanas.

Desde seu retorno ao cargo em janeiro, Trump tem utilizado os impostos como ferramenta estratégica para exercer pressão econômica e diplomática tanto sobre aliados quanto adversários. A medida inclui não apenas tarifas recíprocas, mas também imposições específicas em setores como automotivo, farmacêutico e de semicondutores. Além disso, acusa Caracas de enviar criminosos para os Estados Unidos de forma deliberada e enganosa.

A implementação dos novos impostos ocorrerá conforme um cronograma específico. Países que interromperem suas importações de petróleo venezuelano verão os encargos cessarem após um ano ou antes, dependendo da decisão unilateral dos EUA. Esse cenário preocupa especialmente a Índia, que no início de 2024 importava cerca de 254 mil barris por dia de petróleo venezuelano, representando metade das exportações totais daquele país. Empresas indianas como Reliance Industries, Indian Oil Corporation (IOC) e HPCL-Mittal Energy são diretamente impactadas.

As relações entre Washington e Caracas enfrentam desafios adicionais, como a suspensão temporária do programa de deportação de migrantes entre ambos os países. Recentemente, contudo, foi alcançado um novo acordo para retomar esses voos, com aproximadamente 200 nacionais venezuelanos sendo devolvidos aos seus territórios via Honduras. Paralelamente, a administração Trump prorrogou até 27 de maio o prazo operacional da Chevron na Venezuela sob isenção de sanções.

O Tesouro americano também indicou que abordará parceiros comerciais para negociar barreiras tarifárias e não tarifárias. De acordo com Scott Bessent, cerca de 15% das nações com desequilíbrios comerciais com os EUA poderiam ser atingidas pelas medidas, rotuladas como os "sujos 15". Essa estratégia visa ajustar práticas comerciais consideradas prejudiciais à economia americana.

A decisão de Trump reflete um cenário complexo de negociações e tensões internacionais, onde a geopolítica energética continua a moldar as dinâmicas globais. Com o aumento das tarifas, espera-se que as economias envolvidas reavaluem suas estratégias comerciais e busquem alternativas para mitigar possíveis impactos econômicos. Este movimento poderá redefinir as relações comerciais entre as nações mencionadas e os Estados Unidos nos próximos meses.

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