Um juiz veterano do Condado de Orange foi condenado por homicídio em segundo grau após matar sua esposa durante uma discussão acalorada em sua casa em Anaheim Hills, há dois anos. Jeffrey Ferguson, agora com 74 anos, enfrentou um julgamento difícil que incluiu testemunhos conflitantes e evidências contundentes sobre o caso.
No calor de uma noite tumultuada em pleno verão californiano, Jeffrey Ferguson, então com 72 anos, encontrava-se em sua residência assistindo à série "Breaking Bad" com sua esposa, Sheryl, e seu filho mais novo, Phillip. Após uma discussão acalorada sobre questões financeiras, Ferguson, sob a influência de álcool, pegou sua arma Glock .40 e disparou contra Sheryl, de 65 anos, que estava sentada poucos metros dele. O incidente ocorreu enquanto discutiam sobre o apoio financeiro que Ferguson dava ao filho adulto de um casamento anterior, Kevin, apesar das objeções da esposa.
A situação se tornou ainda mais complexa quando revelações surgiram durante o julgamento: o filho mais velho de Sheryl não era biologicamente filho de Ferguson, o que exacerbou as tensões familiares. Apesar de tentar argumentar que o tiro fora acidental, a promotoria apresentou provas claras de intenção, levando o júri a um veredicto unânime de culpa.
Depois do incidente, Ferguson admitiu publicamente sua responsabilidade, enviando mensagens para seus funcionários judiciais e confessando aos policiais. No entanto, em tribunal, ele e seus advogados defenderam a tese de que o disparo havia sido acidental. Essa estratégia falhou, culminando na condenação em um segundo julgamento.
A juíza Eleanor Hunter, do Condado de Los Angeles, marcou a data da sentença para o dia 13 de junho. Com uma acusação adicional relacionada ao uso de armas de fogo, Ferguson pode enfrentar uma pena de até 40 anos ou prisão perpétua.
O caso gerou repercussões adicionais, pois a Comissão Estadual de Desempenho Judicial terá que revisar formalmente o caso antes de Ferguson ser oficialmente removido do cargo.
Os detalhes do incidente foram reforçados pelo depoimento impactante de Phillip, que presenciou tudo e tomou medidas drásticas para desarmar o pai após o disparo fatal.
O julgamento destacou inconsistências nas versões dos fatos apresentadas pela defesa e pela promotoria, mas o peso das evidências acabou sendo decisivo para o veredicto final.
Desde sua prisão, Ferguson permaneceu detido sem direito a fiança, encerrando temporariamente sua carreira como magistrado.
As investigações e o julgamento trouxeram à tona questões profundas sobre os laços familiares, o impacto do álcool em decisões críticas e a responsabilidade individual em situações extremas.
Este caso é um lembrete sombrio sobre como tensões domésticas mal resolvidas podem escalar rapidamente para tragédias irreversíveis.
Do ponto de vista de um jornalista, este caso destaca a importância de mecanismos de mediação familiar e suporte emocional em contextos de alta tensão. Além disso, reflete sobre o papel da justiça em lidar com figuras públicas envolvidas em crimes graves, garantindo que todos sejam tratados igualmente perante a lei, independentemente de suas posições sociais ou profissionais.