Um juiz federal em Maryland ordenou que a administração do presidente Donald Trump facilite o retorno de um homem venezuelano de 20 anos que foi deportado erroneamente para El Salvador. A decisão marca a segunda vez que um juiz exige a repatriação de um imigrante enviado ao país centro-americano e reflete tensões crescentes sobre práticas migratórias. Este caso ocorre após a remoção de mais de 200 imigrantes ilegais em março, acusados pelo governo de serem membros de gangues.
No outono, uma disputa legal emergiu quando um jovem identificado como “Christian” foi deportado para El Salvador em meio a alegações de erro administrativo. O Departamento de Segurança Interna admitiu posteriormente que a deportação violava um acordo judicial prévio firmado em 2024. Esse acordo garantia que imigrantes, especialmente aqueles que entraram nos Estados Unidos como menores desacompanhados, tivessem seus pedidos de asilo avaliados enquanto permaneciam no país.
A situação ganhou destaque quando o juiz distrital Stephanie Gallagher, nomeada por Trump, decidiu que a deportação constituía uma “violação contratual”. Christian foi um dos três passageiros enviados para a prisão de alta segurança CECOT em El Salvador. Um oficial da Imigração e Alfândega (ICE) afirmou que Christian havia sido condenado por posse de cocaína em janeiro de 2025. No entanto, os advogados argumentaram que tal fato não exclui o indivíduo das proteções estabelecidas no acordo.
O caso também trouxe à tona preocupações sobre Javier, outro jovem venezuelano de 18 anos, que corria risco iminente de deportação. O mesmo juiz interveio, emitindo uma ordem temporária que impediu sua expulsão. Esta decisão reforça a importância do acordo judicial e sublinha a complexidade nas políticas migratórias aplicadas sob autoridades antigas, como a Lei dos Inimigos Estrangeiros.
Do ponto de vista do jornalista, este caso ilustra claramente como as decisões judiciais podem equilibrar poderes em questões sensíveis relacionadas à imigração. Ele destaca a necessidade de maior transparência e precisão nas práticas governamentais, bem como a urgência de proteger direitos fundamentais de indivíduos vulneráveis. Este julgamento serve como um lembrete crucial de que até mesmo acordos legais antigos devem ser respeitados em tempos de incerteza política.