A 59ª edição do São Paulo Fashion Week (SPFW) está em pleno andamento, celebrando três décadas de inovação e expressão artística. Este evento icônico reúne marcas brasileiras reconhecidas, como Aluf, Herchcovitch;Alexandre, Lino Villaventura e Normando, cada uma apresentando coleções que refletem suas visões únicas e compromissos com a sustentabilidade e a criatividade. Os desfiles ocorrem tanto no shopping JK Iguatemi quanto em espaços alternativos, como a casa noturna Blue Space e a Casa Higienópolis. As criações exibem tendências emergentes, como o uso de tecidos tecnológicos e elementos circenses, destacando a diversidade da moda brasileira.
O SPFW N59 começou com um toque circense proporcionado pela marca Aluf, liderada pela designer Ana Luisa Fernandes. Inspirada por artistas de circo, a coleção explorou formas e cores vibrantes, reinterpretando figurinos clássicos como parte de sua narrativa visual. Elementos como meias de renda, listras verticais e saias estruturadas deram destaque ao desfile inaugural. Além disso, os acessórios, especialmente itens de cabeça e bolsas colaborativas com a Nohma, capturaram a atenção dos espectadores.
No segundo dia, Alexandre Herchcovitch reassumiu a direção criativa de sua marca homônima, surpreendendo o público com uma coleção que combinava memória afetiva e experimentação visual. A escolha da casa noturna Blue Space como palco simbolizava a essência clubber dos anos 1990, caracterizada por tecidos que brilham sob luz negra e bordados com cristais Swarovski. O estilista também revisitou silhuetas dos anos 1970, incorporando volumes ousados e detalhes refinados.
A marca paraense Normando retornou ao SPFW com uma homenagem à Amazônia e à literatura regional. Inspirada no romance "Chove nos Campos de Cachoeira", de Dalcídio Jurandir, a coleção dividiu-se em três atos, evocando resistência, melancolia e renovação. Utilizando materiais sustentáveis, como látex nativo e algodão pima, a grife demonstrou seu compromisso com práticas responsáveis e design autêntico.
Outro destaque foi a estreia de Leandro Castro, conhecido por sua abordagem experimental e sustentável. Inspirado pelo ensaio de Wassily Kandinsky sobre linhas e planos, a coleção utilizou resíduos têxteis transformados em peças tridimensionais e texturizadas. O processo manual, envolvendo técnicas como crochê e pintura, resultou em criações que flertam com a arte vestível.
Lino Villaventura, com quase cinco décadas de experiência, trouxe drama e leveza em sua apresentação. Reconhecido por silhuetas esculturais e explorações texturais, o estilista empregou golas geométricas e acessórios de cabeça adornados com brilhos. Cores vivas, como verde e azul, contrastaram com a abordagem teatral das peças.
Dario Mittmann encerrou o terceiro dia com a coleção Golem, que investiga os impactos da tecnologia na sociedade. Inspirada na figura mitológica do golem, as criações mesclaram cortes artesanais com designs futuristas, incluindo tecidos metalizados e interpretações de armaduras. A aparição de Deborah Secco como figura robótica reforçou a temática cibernética do desfile.
À medida que o São Paulo Fashion Week N59 prossegue, espera-se que outras marcas continuem a impressionar com suas propostas visionárias. A moda brasileira demonstra, mais uma vez, sua capacidade de unir tradição, inovação e consciência ambiental, garantindo seu lugar no cenário global.