A comunidade portuguesa lamenta a perda de Nuno Portas, um intelectual multifacetado cuja vida foi dedicada à arquitetura, ao urbanismo e à participação cívica. Sua morte, aos 90 anos, marca o fim de uma era para uma das mentes mais brilhantes de Portugal, um homem que soube transitar com mestria entre o rigor académico e a intervenção social e política. Ele foi uma figura central em diversos momentos históricos do país, contribuindo significativamente para o pensamento e a prática urbanística, além de deixar uma proeminente herança familiar e intelectual.
As reações ao seu falecimento sublinham a importância de Nuno Portas não só como profissional de excelência, mas também como pai e mentor. A sua capacidade de inspirar e influenciar gerações, tanto na esfera familiar quanto na profissional, é um testemunho do seu caráter e da sua visão. O legado que deixa para a arquitetura e para o urbanismo é imenso, materializado em obras e ideias que continuam a moldar a compreensão e o desenvolvimento das cidades portuguesas, servindo de base para futuras discussões e inovações no campo.
Nuno Portas, uma figura ímpar no cenário português, nos deixou aos 90 anos, conforme anunciado por sua ex-esposa, Helena Sacadura Cabral, através das redes sociais. Nascido em Vila Viçosa, sua trajetória foi marcada por contribuições significativas não apenas na arquitetura e urbanismo, mas também no ensino superior e na vida política do país. Sua participação nos Governos Provisórios após o 25 de Abril de 1974 exemplifica seu engajamento cívico e seu compromisso com a transformação social e política de Portugal. A extensão de sua influência pode ser percebida nos importantes reconhecimentos que recebeu ao longo de sua carreira.
Entre as muitas honrarias que Nuno Portas acumulou, destacam-se o prestigioso Prêmio Gulbenkian de Crítica de Arte, concedido em 1963 por sua aprofundada análise na revista “Arquitetura”, e o aclamado Prêmio Sir Patrick Abercrombie de Urbanismo, recebido em 2005 da União Internacional de Arquitetos. Essas distinções são um reflexo de seu pioneirismo e da relevância de seu trabalho para o desenvolvimento do urbanismo e da crítica arquitetônica em escala global. Além de suas conquistas profissionais, Nuno Portas foi o pai de Paulo Portas, ex-ministro e figura pública de destaque, e de Miguel Portas, político e economista que nos deixou em 2012. Ele também foi pai de Catarina Portas, conhecida jornalista e empresária, sublinhando a amplitude de seu impacto e a notável descendência que perpetua seu nome no cenário público português. Seu fundo documental, abrigado na biblioteca que leva seu nome na Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade Nova, em Guimarães, é um tesouro que preserva o vasto acervo de sua obra intelectual para futuras gerações de estudiosos e profissionais.
A notícia do falecimento de Nuno Portas ecoou com profundo pesar em diversos círculos, gerando uma onda de homenagens à sua vida e obra. Helena Sacadura Cabral, sua ex-mulher, expressou publicamente sua tristeza, sublinhando a importância de Nuno Portas não apenas como um intelectual e profissional, mas como uma figura central em sua vida, especialmente pela dádiva de terem filhos juntos. O reconhecimento por suas qualidades como pai e a gratidão pelos momentos compartilhados ressaltam a dimensão pessoal de seu legado, que transcende suas conquistas acadêmicas e políticas.
A mensagem de Helena Sacadura Cabral evidencia o respeito e o carinho mútuo, mesmo após a separação dos caminhos, e a união que permaneceu através dos filhos. Ela enfatizou o conforto e a força que os filhos, e particularmente o filho sobrevivente, devem encontrar na memória do que foi bom e na paz que Nuno Portas, esperançosamente, encontrou. Esse aspecto humano e familiar da sua vida complementa a imagem de um homem de vasta cultura e influência, cujo impacto se fez sentir em múltiplas esferas da sociedade portuguesa. A perpetuação de seu nome e de suas ideias, tanto através de suas contribuições profissionais quanto de sua prole, assegura que Nuno Portas continuará a ser uma referência incontornável para as gerações presentes e futuras.