Popular
O Resgate do Terror e a Estética Sombria na Música e Moda Contemporâneas
2025-03-28

Na última década, o universo do terror tem ganhado uma nova vida não apenas no cinema, mas também em outros meios artísticos como moda e música. A indústria da moda reviveu elementos sombrios de filmes clássicos, com estilistas como Alexander McQueen liderando essa tendência ao incorporar visuais assustadores em suas coleções. Paralelamente, artistas musicais como Lana Del Rey e The Weeknd têm explorado narrativas tenebrosas em seus videoclipes e álbuns, conectando-se à nostalgia e às emoções intensificadas pelo período pós-pandêmico. Essa fusão entre arte e medo reflete tanto uma busca por escapismo quanto uma celebração das raízes culturais.

A Conexão Entre Moda, Música e Terror

No campo da moda, Alexander McQueen foi pioneiro ao mesclar cinema de terror com alta-costura. Suas criações, como a coleção inspirada em Jack, O Estripador, combinavam elegância e horrores cinematográficos. Decadas depois, Raf Simons e Miuccia Prada continuaram essa tradição, reinterpretando personagens icônicos como Carrie e a Família Addams em suas passarelas. No Brasil, Alexandre Herchcovitch para À La Garçonne trouxe referências a obras como O Exorcista e Sexta-Feira 13, demonstrando que o fascínio pelo gênero atravessa fronteiras geográficas.

Já na música, o impacto emocional do terror é evidente. Artistas globais como Dua Lipa e Lady Gaga optaram por homenagear décadas anteriores através de sons nostálgicos, enquanto outros, como The Weeknd e Olivia Rodrigo, mergulham profundamente nas atmosferas sombrias e surreais. No Brasil, Duda Beat explorou temas fantásticos em seu álbum "Te Amo Lá Fora", utilizando referências visuais que vão desde Beetlejuice até Elvira, a Rainha das Trevas. Essa conexão entre música e horror permite que os ouvintes experimentem sensações extremas, muitas vezes associadas ao prazer provocado pelo medo.

O contexto social contemporâneo desempenhou um papel crucial nesse ressurgimento. Durante o isolamento imposto pela pandemia, houve uma crescente procura por conteúdos que evocassem memórias afetivas, seja por meio de reprises televisivas ou playlists retro no Spotify. Essa nostalgia coletiva alimentou o apetite por estéticas alternativas, como o retorno do estilo emo e punk, agora reinterpretados por novas gerações. Bandas lendárias como My Chemical Romance reapareceram no cenário musical, reafirmando a força duradoura dessas influências sobre a cultura pop.

Perspectiva Final: O Que Isso Significa?

Como observador atento deste fenômeno cultural, percebo que a conexão entre moda, música e terror não é mera coincidência. Trata-se de uma resposta natural às adversidades enfrentadas globalmente nos últimos anos. Ao abraçar imagens e sons que remetem ao desconhecido e ao perigoso, criadores e consumidores buscam superar seus próprios receios e angústias. Este movimento revela uma tendência maior: a necessidade humana de transformar experiências negativas em algo belo e significativo. Portanto, mais do que uma simples tendência, esta fusão entre diferentes formas de arte representa uma expressão genuína de nossa época, onde o medo e a admiração caminham lado a lado.

more stories
See more