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O Streetwear Brasileiro Reinventado na SPFW
2025-04-12

O streetwear, que outrora representava uma resistência cultural, transformou-se em um movimento global significativo. No Brasil, essa tendência ganhou novas interpretações nas passarelas da São Paulo Fashion Week, onde estilistas reinterpretam a alfaiataria e trazem narrativas regionais para o cenário de luxo. Marcas como Normando, Reptilia, Walério Araújo e Weider Silveiro destacam o estilo urbano com mensagens políticas e sociais.

Entre as propostas apresentadas, Normando incorpora fibras amazônicas e sustentabilidade ao design, enquanto Reptilia explora a arquitetura das roupas com tecidos reaproveitados. Walério Araújo abraça a desconstrução da alfaiataria tradicional e a liberdade de gênero, e Weider Silveiro ressignifica a feminilidade no contexto urbano. Esses desfiles mostram como o streetwear evoluiu de um simples estilo casual para uma linguagem sofisticada e inclusiva.

A Sustentabilidade Como Elemento Central no Luxo Urbano

No universo do streetwear brasileiro, marcas estão utilizando recursos naturais e técnicas sustentáveis para criar peças que refletem tanto a beleza quanto a responsabilidade ambiental. A Normando, por exemplo, utiliza fibras locais da Amazônia, como látex e juta, transformando-as em símbolos de pertencimento e resistência cultural.

A coleção inspirada pelo romance “Chove nos Campos de Cachoeira” reinterpreta a melancolia e a força através de materiais conscientes, como viscose mapeada e fibra de buriti. O estilista Marco Normando destaca que a moda deve comunicar valores verdadeiros e impactantes, indo além da estética. Ao priorizar a preservação ambiental e a identidade regional, a marca não apenas eleva o streetwear ao patamar do luxo, mas também promove a economia local do Norte do Brasil, incentivando o crescimento econômico da região.

Inovação e Versatilidade no Design Urbano

Outras marcas reinventam o streetwear explorando formas geométricas e funcionalidades adaptáveis. A Reptilia, com sua coleção Tectônica, demonstra como a arquitetura pode influenciar o vestuário, criando peças sobrepostas e texturas únicas que dialogam com o cotidiano dinâmico das grandes cidades.

Heloisa Strobel, diretora criativa da marca, explica que cada peça é pensada para ser multifuncional, com detalhes como mangas destacáveis e jaquetas reinterpretadas. O uso de resíduos têxteis garante que nenhum material seja desperdiçado, mantendo uma filosofia de zero desperdício. Essa abordagem técnica, combinada com a preocupação ética, posiciona a Reptilia como uma referência no mercado de moda consciente. Além disso, o streetwear arquitetônico da marca conecta-se à nova geração de consumidores que valorizam tanto a qualidade quanto o impacto social das criações.

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