Uma nova abordagem para um clássico da sétima arte está sendo apresentada ao público brasileiro. Inspirado na animação lançada em 1937, o filme live action dirigido por Mark Webb traz uma releitura contemporânea que ressoa com as questões sociais atuais. A protagonista, interpretada por Rachel Zegler, surge como uma figura mais alinhada às aspirações femininas modernas, distanciando-se dos arquétipos tradicionais associados à princesa. Agora, sua jornada não se resume a encontrar um grande amor, mas sim a lutar contra a tirania personificada pela Rainha Má, vivida por Gal Gadot.

O enredo conserva elementos essenciais do conto original, mas adiciona camadas que exploram temas mais complexos. Ao substituir o cenário pacífico do vilarejo por uma atmosfera marcada por militarismo e exploração, o longa-metragem lança um olhar crítico sobre estruturas autoritárias. Embora alguns desses aspectos permaneçam superficialmente tratados, eles ecoam debates pertinentes à sociedade atual. O elenco diversificado, composto por nomes consagrados como Andrew Burnap e Tituss Burgess, contribui para ampliar essa perspectiva multifacetada.

A estreia do filme gerou discussões além da tela grande. Enquanto o roteiro coloca em foco a beleza interior como elemento central, a atriz principal enfrentou críticas relacionadas à sua origem colombiana e à escolha artística de retratar os sete anões exclusivamente por meio de tecnologia avançada. Além disso, divergências políticas entre Zegler e Gadot trouxeram à tona tensões geopolíticas, refletindo como a arte pode servir como um espelho das complexidades humanas. Essas polêmicas demonstram como histórias clássicas continuam relevantes ao dialogar com as transformações sociais e culturais do mundo contemporâneo.