De acordo com um relatório da Reuters, milhares de funcionários de agências federais nos Estados Unidos estão sendo redirecionados para perseguir e deportar imigrantes ilegais sob as políticas do governo de Donald Trump. Essa mudança está empurrando para segundo plano outras tarefas fundamentais no combate ao crime, como o enfrentamento à lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e abuso infantil. A reestruturação afeta até mesmo agências que anteriormente não estavam envolvidas em questões migratórias, levantando preocupações sobre a diminuição do foco em outros crimes graves.
Desde que Trump assumiu o cargo, cerca de 80% dos quase 2.500 agentes federais designados para a aplicação rigorosa das leis de imigração foram encarregados de rastrear e prender indivíduos vivendo ilegalmente nos Estados Unidos. Teresa Cardinal-Brown, ex-funcionária do Departamento de Segurança Interna, afirmou nunca ter testemunhado tal ênfase na aplicação das leis de imigração. No entanto, Todd Blanch, vice-procurador-geral, nega que isso esteja comprometendo o combate a outros tipos de crimes, garantindo que todos os delitos continuam sendo investigados.
A situação também impacta agências que antes não participavam diretamente de questões migratórias. Um exemplo é a Bureau of Alcohol, Tobacco, Firearms and Explosives (ATF), que agora contribui nas operações de controle migratório. Esse cenário tem gerado repercussões sociais e legais significativas, incluindo a superlotação de centros de detenção temporários e o aumento da carga de trabalho para promotores e tribunais.
Durante sua campanha presidencial, Trump prometeu realizar deportações em massa, e desde que tomou posse, dezenas de milhares de pessoas foram presas por violações relacionadas à imigração. Apesar das críticas e dos desafios logísticos crescentes, o governo Trump continua determinado a manter uma postura firme em relação às políticas de imigração.
O impacto dessas mudanças nas prioridades das agências de aplicação da lei dos Estados Unidos tem provocado debates acalorados sobre as implicações para a segurança pública e o equilíbrio entre diferentes áreas criminais. Enquanto o governo insiste na necessidade de proteger as fronteiras nacionais, especialistas alertam para o risco de negligenciar crimes igualmente importantes que afetam a sociedade.