O secretário de defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, fez uma crítica contundente à decisão da juíza federal Ana Reyes, que recentemente suspendeu a proibição do Pentágono sobre tropas transgêneras. Em um comentário sarcástico nas redes sociais, Hegseth sugeriu que a juíza deveria reportar-se às bases militares, considerando-a agora como uma "planejadora militar sênior". A decisão judicial bloqueou o decreto presidencial de Donald Trump, emitido em janeiro, que bania pessoas transgêneras de servirem no exército americano, argumentando que isso não seria compatível com os padrões militares exigidos. No entanto, Reyes criticou duramente o tom do decreto e destacou as contribuições significativas dos soldados transgêneros.
A juíza Ana Reyes tomou uma decisão preliminar na semana passada que impediu a aplicação do decreto presidencial. Este documento afirmava que a identificação com um gênero diferente do biológico era incompatível com a disciplina necessária no serviço militar. Além disso, ele pedia ao Departamento de Defesa para atualizar suas políticas médicas e de pronomes conforme essa nova orientação. Contudo, Reyes rejeitou vigorosamente tal justificativa, descrevendo o decreto como "desprezível" e estigmatizando as pessoas transgêneras como incapazes por natureza. Sua decisão enfatizou que a política provavelmente violava direitos constitucionais e reconheceu o valor das contribuições de membros transgêneros das forças armadas.
Pete Hegseth usou a plataforma X para ridicularizar a decisão de Reyes. Ele ironizou que, já que ela agora atuaria como uma planejadora militar, poderia comparecer a Fort Benning para ensinar táticas de combate aos Rangers do Exército ou treinar os Green Berets em Fort Bragg sobre guerra contrainsurgente. Essa abordagem provocativa reflete o clima tenso entre autoridades civis e militares sobre questões de inclusão no exército.
Reyes reconheceu que sua decisão poderia gerar debates públicos e recursos legais. Ela salientou que esses resultados são benéficos em uma democracia saudável. Além disso, ressaltou que muitos soldados transgêneros arriscaram suas vidas para defender os mesmos direitos constitucionais que agora estão sendo negados por meio dessa proibição. O governo Trump anunciou planos para recorrer da decisão, enquanto Reyes adiou a execução de sua ordem até sexta-feira pela manhã, permitindo tempo suficiente para os procedimentos legais. Ela enfatizou que evitar violações constitucionais está no melhor interesse público e notou que o governo não demonstrou qualquer ônus significativo em manter a situação atual durante a litigância.
A decisão judicial e as subsequentes reações ilustram a complexidade das questões envolvendo inclusão e direitos constitucionais dentro das instituições militares. Enquanto alguns argumentam que a diversidade deve ser celebrada, outros defendem que as políticas militares devem ser baseadas estritamente nos requisitos operacionais. Este caso continua sendo um ponto de debate central no contexto político e legal dos Estados Unidos.