O primeiro passo na jornada de transformação das cinzas humanas em diamantes sintéticos é o isolamento do carbono presente nelas. Este elemento essencial constitui a base para toda a estrutura do diamante. Especialistas afirmam que cerca de 50% das cinzas humanas consistem em carbono puro, o qual precisa ser extraído com precisão máxima. O procedimento exige equipamentos altamente especializados que garantem a pureza do carbono coletado, eliminando impurezas que possam comprometer a qualidade final do diamante.
Durante esta fase inicial, o carbono isolado é submetido a um processo de purificação rigorosa. Essa etapa é crucial porque qualquer traço residual pode afetar tanto a cor quanto a clareza do diamante resultante. Marcio Miyasaki, um dos principais cientistas envolvidos nessa área, destaca que este momento marca o início de uma transformação química única. Ele explica que o carbono refinado deve atingir um estado extremamente puro antes de prosseguir para a próxima etapa do desenvolvimento.
Após o isolamento bem-sucedido do carbono, o próximo desafio é convertê-lo em grafite, uma forma mais estável e manipulável deste elemento. Esta transição ocorre em laboratórios altamente controlados, onde condições específicas de temperatura e pressão são mantidas constantemente. O grafite é essencial neste processo porque ele serve como precursor direto para a formação do diamante sintético. Esse material possui propriedades cristalinas que facilitam sua reorganização molecular durante as fases subsequentes.
O uso de técnicas avançadas permite que o grafite seja produzido com maior eficiência e uniformidade. Estudos mostram que a conversão do carbono em grafite pode variar dependendo da origem das cinzas e das condições ambientais aplicadas. Este detalhe evidencia a complexidade técnica por trás dessa operação aparentemente simples. Além disso, os cientistas continuam explorando novas formas de melhorar este estágio específico para garantir resultados mais consistentes e previsíveis.
Dois métodos principais são utilizados na produção de diamantes sintéticos a partir de cinzas humanas: nanotecnologia e sistemas de alta pressão e temperatura (HPHT). Ambos apresentam vantagens distintas e são escolhidos com base nas necessidades específicas de cada projeto. A nanotecnologia oferece uma abordagem mais delicada, permitindo maior controle sobre as características finais do diamante, enquanto o método HPHT é conhecido por sua capacidade de gerar gemas em escalas industriais maiores.
No caso do método HPHT, as condições internas das máquinas replicam ambientes naturais encontrados nas profundezas da Terra, onde diamantes tradicionais se formam ao longo de milhões de anos. Temperaturas superiores a 1.500°C e pressões equivalentes a 70 mil atmosferas são aplicadas para acelerar este processo artificialmente. Apesar de sua eficácia, esse método demanda equipamentos robustos e operadores altamente treinados para manter a segurança durante todo o ciclo de produção.
O tempo necessário para concluir o processo de criação de um diamante sintético varia entre seis e oito meses, dependendo do método empregado. Este período relativamente curto contrasta dramaticamente com os milhões de anos necessários para formar diamantes naturais. A rapidez desta tecnologia abre portas para aplicações comerciais amplas, desde joalherias personalizadas até indústrias que exigem materiais resistentes e duráveis.
Marcio Miyasaki enfatiza que o investimento em pesquisa e desenvolvimento contínuo tem permitido reduzir gradualmente o tempo total de fabricação sem comprometer a qualidade final do produto. Ele também menciona que futuros avanços poderão encurtar ainda mais este prazo, tornando o processo mais acessível para consumidores em busca de soluções sustentáveis e emocionais.